“Ressuscitarão os mortos?” Este é o título de um livro, saído
acerca de um ano, do nosso muito amigo P. Manuel Alberto Pereira de Matos. Rico
de conteúdo permite-nos refletir sobre a nossa fé no que aos novíssimos diz
respeito.
Este
mês de novembro, quase todo ele dedicado aos que partiram, tendo por pano de
fundo toda uma natureza que se “despe” antes de “adormecer”, torna-se tempo
adequado para refletirmos um pouco sobre a brevidade da nossa vida e a
caducidade da mesma. Contudo, ele não deixa de ter a sua riqueza específica
pois os que “partiram” não deixam de ser lembrados e a sua memória torna-se bem
viva em nós, que acreditamos viverem eles mais integralmente na VIDA que os
chamou à vida. Só assim se compreende o significado de tantos “aniversários”
celebrados por toda a parte, as “encomendação das almas”, as romagens aos
cemitérios, as esmolas e outras obras de caridade em favor dos que partiram.
Melhor se entende a solidariedade para com os que têm menos no seu dia-a-dia e a
necessidade de repartir com eles, generosamente, os bens de que carecem.
Também
a Liga dos Servos de Jesus evoca os seus membros que se nos anteciparam e,
junto de Deus, não só nos esperam, como também rezam por nós. Deste modo
professamos a nossa fé e compreendemos melhor o sentido da solenidade de “Todos
os Santos” e da “Comunhão dos Santos”.
O mês
de novembro, já o escrevi mais que uma vez, é o mês da VIDA que sempre nos
remete para a ressurreição e para o “descanso eterno” enquanto este se
identifica com o “estar sempre em Deus”.
Nesta ordem de ideias não resisto a transcrever um pequenino texto de Bento
XVI, que ilustra quanto digo:
“… sim a alma é imortal, mas a sua força não basta par
se elevar até Deus. Não temos asas que possam elevar-nos aquela altura. Porém,
nada pode contentar o homem eternamente senão o estar com Deus. Uma eternidade
sem estar em união com Deus seria uma condenação. Só Cristo ressuscitado pode
elevar-nos até à união com Deus… Ele
carrega a ovelha perdida e leva-a para casa sobre os seus ombros. Vivemos
sustentados pelo seu Corpo e em comunhão com o mesmo alcançamos o coração de
Deus. Só assim a morte é vencida. O Amor O fez descer e, ao mesmo tempo, é a
força pela qual Ele se eleva e nos leva consigo. Unidos ao seu amor, como pessoas
que amam descemos juntos com Ele nas trevas do mundo sabendo de antemão que
precisamente assim também nos elevamos com Ele”.(Bento XVI, angelus , 1 novembro 2005 adapt.)
Novembro…
Mês propício indicado pela Igreja para celebrar a vida sem fim. Mês de uma
alegria muito peculiar e de uma alegria que desemboca sempre na alegria do sol
nascente sempre invicto e que outra coisa não é senão o “dies natalis domini”.
Novembro…
Mês de reavivar a nossa fé e de a professar:
“creio que
depois da morte já não há morte, mas vida; creio que no termo da humanidade já
não haverá o homem, mas estarás Tu, Cristo Jesus, Deus feito homem”. Joseph
Folliet
Guarda 2014-11-01