segunda-feira, 12 de maio de 2014

O Senhor é meu Pastor, nada me falta... Na Sua água sacio a minha sede; Seu cajado sustem a minha fé.



Dia  dez de Maio de 2014 realizou-se mais um encontro de formação espiritual para os membros da Liga dos Servos de Jesus.  Juntámo-nos vindos de diferentes  lugares da Diocese, na pequena aldeia da Cerdeira, na casa onde vive a Comunidade e funciona o Colégio, com o desejo de viver um dia de encontro com o Senhor Jesus, compartilhar saudades e noticias uns com os outros…
Cerca  das dez horas foi apresentado  o primeiro tema. Sobre o  conferente ficámos a saber que se chama Pe. Francisco Correia , que é Jesuíta, esteve mais de trinta anos em Moçambique como Missionário e que ama a igreja numa dinâmica e entrega total a Jesus segundo o Carisma de Santo Inácio de Loyola.
Falou – nos da Gaudium et Spes(33-39),  documento do Vaticano II, abordando o tema: « Sentido  cristão da actividade humana» Ter como exemplo Jesus Cristo que viveu como nós a história,  assumiu a nossa natureza e deu sentido ao nosso viver. Criados por Deus trazemos uma marca no nosso coração desse mesmo Deus, tomarmos nas mãos o mundo…Jesus Cristo viveu na nossa natureza  e nós estamos convidados a participar na construção deste mundo e fazemo-lo através do trabalho. Estamos inseridos no mundo onde Deus quer que o façamos progredir e dar-lhe melhor qualidade de vida. Toda a nossa história, neste mundo, é uma história de colaboração com Deus…
Será que com todo o progresso material que leva a criar melhores condições de vida, existem também valores como a solidariedade, respeito pela pessoa, justiça, amor, serviço, paz, fraternidade ? O progresso ordena-se em relação ao homem. O homem é o ponto mais alto da criação. O homem é o fim e a norma do progresso. Os valores são a riqueza fundamental. O homem vale mais pelo que é do que pelo que tem.
O Cristão está no mundo sem ser do mundo… Deve transformar este mundo no Reino de Deus – mundo material que necessita de progresso e mundo espiritual  com vontade de Infinito. Viver os valores do Reino. É preciso trabalhar com o sentido de que este Reino se transforme no Reino de Deus…
Os homens do nosso tempo padecem de três ismos: consumismo; individualismo e subjetivismo e não procuram a abertura a Deus e ao próximo que supõe entrega, acolhimento e comunhão…
Após um intervalo seguiu-se a celebração da Eucaristia tendo como celebrantes o conferente e o Assistente Geral da Liga  Pe. Alfredo  Pinheiro Neves.
 Uma síntese da homilia:
«Nós nos identificamos com Deus pelo nosso amor, pela nossa liberdade e pelo nosso trabalho.
Participar no amor – Deus é  amor. Aquele que ama é filho de Deus. Quando partilhamos o amor somos iguais porque Deus é amor.
Viver como Ressuscitados… Toda a nossa vida e o nosso trabalho é viver como Ressuscitados.
-acreditando em Deus ; esse é o dom da Fé, sem Fé ainda não Ressuscitámos.
- amar a Deus; louvar a Deus e agradecer-Lhe é sermos a glória de Deus.
- outra vertente do nosso trabalho é converter-nos constantemente.
Acreditar; Amar; Converter-se
Sermos portadores e sinais efetivos da Ressurreição de Jesus só é possível se em nós estiver o Espírito Santo.  O Espírito Santo está presente em nós pelos seus dons…
Acreditar, amar, converter-nos e levar aos outros a força da paz, da caridade  e da alegria.»
Após o almoço  e tempo de convívio o grupo foi convidado a deslocar-se até à Igreja paroquial. Este gesto, no dizer do Assistente, simbolizava a preocupação que os membros da Liga devem ter em colaborar  nos serviços paroquias de acordo com a orientação dos Párocos e segundo as capacidades de cada um. Esta actividade foi sempre incrementada pelo Senhor D. João.
 Houve mais um tempo de reflexão acerca do texto de Lucas 
(Lc 24,13-35) sobre os discípulos de Emaús- Terminámos o encontro com um tempo de Adoração ao Santíssimo Sacramento.

domingo, 11 de maio de 2014

Testemunho da Ir. Felicidade Ramos, Coordenadora da Casa de Cristo Rei - Ruvina - sobre a Ir. Conceição Geada





A Irmã Conceição depois de estar um ano  no  Outeiro de São Miguel o Senhor D. João  enviou-a para a Casa de Cristo Rei – Ruvina para cuidar das meninas do Internato e da Creche. Aqui se gastou e se deu generosamente a Deus  nas pessoas  que ajudava. Quando eu vim para o Colégio da Ruvina, com apenas 11 meses de idade, foi ela que me acolheu e tratou de mim assim como a muitas meninas que já aqui se encontravam. Tratou-nos sempre como filhas. Ensinou-nos a crescer física e moralmente. Preparava-nos para a Sagrada  Comunhão com muito esmero. Com ela aprendemos a rezar e a amar a Jesus e a Nª Senhora por quem ela tinha uma particular devoção. Havia no Colégio da   Ruvina um posto escolar e era ela que, como Regente, nos dava aulas. Era muito exigente, mas ficávamos muito bem preparadas.
Na época  natalícia todos os anos fazíamos uma festa de palco que desenvolvia as nossas capacidades artísticas e, simultaneamente, era para nós uma grande catequese. O Senhor D.  João vinha sempre assistir.
 Enquanto pôde tocou sempre o órgão na Capela  quer nas Eucaristias, Adorações, Terço , etc. Ensaiava-nos para as principais festas  Litúrgicas. O  órgão fazia parte do alimento dela.  A música foi um dom que Deus lhe deu  e que ela sempre gostou  de colocar ao serviço da Comunidade  criando um ambiente alegre e sempre de Louvor ao Senhor. Tinha um temperamento forte e todas tínhamos que fazer o que ela dizia.
Foi sempre perseverante na sua vida de oração. Nunca faltava à meia hora diurna nem   à adoração noturna que sempre fez até a saúde  e as forças lho permitirem.
Pedia licença para tudo. Eu muitas vezes dizia-lhe : não é preciso pedir tantas licenças… ao que ela me respondia:  «foi assim que os meus Superiores me ensinaram».
Esteve um ano sem sair do quarto. Queixava-se  dizendo que gostava de acompanhar as Irmãs, mas que não tinha pernas para andar. Esforçou-se por não dar trabalho. Fez sempre a higiene dela. Todos os dias recebeu a Sagrada Comunhão.
Também o nosso  Pároco, Senhor Padre Helder, que a visitava  quase todos os dias lhe administrou a Santa Unção e ajudou-a a suavizar a doença escutando os seus desabafos.
Agora só me resta dizer-lhe que não se esqueça da Liga dos Servos de Jesus, que ela  tanto amou, e que interceda junto de Deus para que o Venerável Senhor D. João de Oliveira Matos suba aos  altares. Como ela tantas vezes dizia… «eu não quero morrer sem ver o Senhor D. João nos altares»

P.S.  Tinha muito mais para escrever sobre a Ir. Conceição, mas prefiro guardar e meditar no meu coração.

                                                                                                           Felicidade Ramos
Notas:  A Ir. Maria da Conceição Pinto Geada
             Nasceu na Orca, concelho do Fundão, no dia 03-03- 1921
             Entrou para a Liga dos Servos de Jesus no dia 28-04-1941
             Fez a sua Consagração, no Outeiro de São Miguel no 15-11-1941
             Faleceu na Casa de Cristo Rei – Ruvina no dia 02-05-2014

sexta-feira, 9 de maio de 2014

A Fé significa acreditar que Jesus Ressuscitou e caminha vitorioso na História « e com Ele estarão os chamados, os escolhidos, os fiéis»(Ap 17,14). Ir. Conceição : aqui reside a nossa Esperança




Maria da Conceição Pinto Geada nasceu na Orca, concelho do Fundão, a 3 de Março de 1921.
Três anos depois, 12 de fevereiro de 1924, D. João de Oliveira Matos, Bispo Auxiliar da Guarda funda a Liga dos Servos de Jesus Obra de oração, reparação e intervenção social que  traz rejuvenescimento e dinamismo  espiritual a  toda a diocese incutindo a  vivência do lema – É PRECISO QUE JESUS REINE.
Os retiros eram uma atividade  espiritual que, proporcionavam às  pessoas o encontro com Jesus Cristo e facilitavam  o conhecimento deste Fundador e da Obra que ele sonhara…
Maria da Conceição Pinto Geada também um dia rumou ao Outeiro de São Miguel,  Guarda, para participar num desses retiros e apaixonou-se por esta Obra.
Desde 28 de abril de 1941 que dedicou toda a sua vida a viver o ideal de Serva de Jesus – Amar, Obedecer, Servir…
Jesus é o Senhor e Ele nunca desilude quem n´Ele confia… não precisou de fazer projeto de vida, mas viveu o dia a dia procurando sempre realizar o projeto de Deus a seu respeito.
Assim, na comunidade da Ruvina viveu as diferentes etapas da sua vida… valorizando-as ao serviço da comunidade que amou, das centenas de crianças que ensinou, educou e acarinhou e sempre disponível,  desde que os superiores autorizassem, a ser prestável às pessoas que precisassem dos seus serviços.   
Entre os muitos dons que Deus lhe concedeu  tinha o dom da música  e a capacidade de ser  uma boa animadora social das festas religiosas e não só...  Catequista nata sempre com a preocupação de dar a conhecer Jesus para que todos O amassem e sentissem quanto Ele é o nosso  melhor Amigo. Numa vida  humilde e escondida na Comunidade o seu trabalho era iluminado pelas muitas e longas horas  de Adoração diante do Santíssimo Sacramento… daí ela poder dizer com ( 1Jo 1,3)   « o que nós vimos e ouvimos, isso anunciamos». Ela sabia que o Evangelho dá resposta às necessidades mais profundas das pessoas, porque todos fomos criados para a amizade com Jesus e o amor fraterno.  Com esta certeza foi uma verdadeira  Apóstola  na procura do bem dos outros e no espalhar o conhecimento do Carisma da Liga dos Servos de Jesus e do seu Fundador.
No dia 04 de Janeiro de 2014, data em que foi tirada a fotografia que apresentamos, ainda ela vibrava de entusiasmo na perspetiva de assistir à Beatificação de D. João de Oliveira Matos. Não se cansava da divulgação do jornal " Amigo da Verdade" nem dos livros escritos  sobre o Senhor D. João.
No dia 02 de Maio , primeira sexta  feira do mês, cerca das dezoito horas, o Senhor   Jesus veio buscá-la.  Esperamos que agora frente a frente com o Senhor da Vida e da Santidade continue com o mesmo zelo apostólico e que, em breve, possamos festejar a Beatificação do Senhor D. João.
  Para a Irmã Conceição desejamos a alegria plena na posse eterna   do Senhor da Alegria.


domingo, 4 de maio de 2014

Mensagem do Assistente Geral da Liga dos Servos de Jesus enviada a cada um dos Servos internos e externos


 

Maria, o mês de maio,
umas quantas cidades e lugares…
O mês de maio desde há muito que é consagrado a Maria, Mãe de Deus. À medida que a descristianização avança, pelo menos numericamente, pode acontecer que Maria deixe  de ser celebrada de forma solene entre as pessoas mais novas. Mas quem desconhecerá o fenómeno de Fátima? Quem nunca terá ouvido falar dos pequenitos da cova da Iria? Quem haverá que não os veja nalguma pagela ou em suas casas? O mês de maio é e será sempre o mês de Maria. O dia 13 de maio há muito que se tornou, em Portugal, o epicentro da espiritualidade mariana.
São três os principais mistérios de Maria. Eles ocorreram há mais de dois mil anos em terras de Israel.
Nazaré – Provavelmente terra natal de Maria. Terra das núpcias de José com Maria. Terra do convite de Deus, através do anjo a Maria para que assumisse uma maternidade singular. Terra da Incarnação do Verbo de Deus. Terra dos esponsais de Maria. Terra do primeiro lar de Deus / Emanuel. Nazaré é terra do mistério da Vocação e dos compromissos vocacionais. Terra que posteriormente acolheu o recém-chegado do Egipto. Terra que viu crescer o “Menino” até se tornar adulto. Terra onde José terá “fechado os olhos” depois de se despedir de Maria e de Seu Filho. Terra onde os habitantes, por falta de fé, pouco usufruíram dos sinais salvíficos de Jesus. Terra donde nunca tinha vindo, alguma vez, “coisa boa”. Terra que subiu ao topo de uma cruz, por ordem de Pilatos. Nazaré bem conhecida de todos, pois que a sentença da condenação de Jesus fora escrita em três idiomas diferentes. Nazaré terra do arcanjo Gabriel.
Belém – Arrabaldes de Jerusalém… “nem por sombras a mais pequena entre as cidades de Israel ”. Terra de pastores e terra onde se cultivava o pão. Terra de Elimelec esposo de Noemi, que, depois de viúva, aceitou ficar com sua nora Rute vivendo ambas, por essas paragens, durante muito tempo. Foi do casamento de Rute com Booz que nasceu Obed, avô de David. Terra que serviu de palco ao primeiro recenseamento. Por esse motivo aí nasceu o filho de Maria. Com esse nascimento Nazaré tornou-se agora a terra do “Pão” por excelência. Belém terra do mistério do nascimento de Jesus. Nela, foram também mortas as crianças com menos de dois anos de idade. Pretendia-se assim apanhar o “rei dos Judeus”. Em Belém se ouviu um clamor infindo. “Ramá chora os seus filhos e não quer ser consolada, porque já não existem”. Belém terra da maternidade única. Nela, Maria deu à luz o Filho de Deus. Terra onde pela primeira vez os anjos cantaram a Paz… para os homens de boa vontade.
Jerusalém – A cidade Santa, a cidade das Peregrinações, do Templo, das Festas. A cidade perdida e chorada. “ Se eu de ti me não lembrar Jerusalém… fique presa a minha língua”. Jerusalém a cidade de David; cidade que matou profetas e que não quis ser reunida face ao convite de Jesus. Cidade jamais esquecida. Cidade cobiçada de todos. Cidade onde morriam os grandes profetas. Cidade das apresentações dos recém-nascidos, no Templo e dos sacrifícios. Também da Apresentação do Menino e da Purificação de Maria. Cidade dos “doze anos” do Menino e do primeiro encontro com os doutores da Lei. Cidade da Páscoa anual e de todas as outras festas. Cidade das grandes controvérsias, dos milagres e do perdão de Jesus. Cidade da última ceia, da traição, da condenação, da morte e ressurreição de Jesus. Cidade onde os apóstolos permaneceram até ao Pentecostes. Cidade palco da descida do Espírito. Cidade eterna. Cidade de Deus. Jerusalém imagem da cidade última, da cidade nova descrita no livro do Apocalipse. “Vi a cidade Santa a Nova Jerusalém que descia do céu, pronta como noiva para o seu esposo”. Cidade onde o anjo da agonia marcou presença.
Muitos dos mistérios ocorridos em /com Maria encontram-se relacionadas, no tempo e no espaço, com estas três cidades. Certamente que haverá outras: Ainkarim, Caná da Galileia, Cafarnaum e porque não Betânia... Todos estes lugares reais são simbólicos e teológicos e não deixam de nos falar dos mistérios salvíficos.
O mês de maio, mês de Maria, encontra-se, entre nós, relacionado com os pastorinhos e com Fátima. Fátima que se tornou mais um outro local e uma outra terra da Senhora e do Seu Filho. A meu ver, também em Fátima se encontram representadas, a seu modo, as cidades acima descritas. Falo de: Aljustrel, Fátima, Loca do Cabeço, Valinhos, Cova da Iria e outros lugares. Maria, a Senhora de Fátima, envolveu-se de uma outra maneira, não menos rica, com eles e em cada um deles imprimiu o seu carinho maternal. Neste carinho, Maria patenteia-nos a Nova Jerusalém do Alto.
Mais importantes que todos os lugares tornam-se as pessoas que os habitaram e habitam ou porventura aí se deslocam. As cidades tornam-se conhecidas e importantes por força das pessoas que com as mesma se relacionam. E porque os pastorinhos foram realmente grandes, daí a grandeza desses lugares.
Mais importante do que o lugar onde eu possa habitar, hei-de ser eu próprio(a), a minha pessoa, e o serviço que presto aos outros.
É por isso que o meu convite para este mês de maio de 2014, consiste em pedir-vos, que façais com que Jesus e Maria, habitando em vós, deem ainda mais sentido à vossa vida, sempre ao serviço dos outros.
Se tal acontecer como será grande o lugar e a comunidade onde habitais. Cada uma de vós tornar-se-á cidade de Deus “bela e harmoniosa”. Maria não deixará de estar presente e de carinhosamente vos enriquecer ainda mais.

Guarda, 2014-05-01

P. Alfredo Pinheiro Neves

(Assistente Geral)

A Cada uma das Irmãs da Liga dos Servos de Jesus que dedicaram as suas vidas a serem «mães» das centenas de crianças que têm passado pelas casa do Instituto de São Miguel fica esta simples homenagem