Mensagem do Assistente Geral com votos de um Bom Ano Novo...

MENSAGEM JANEIRO

(2014)
                                                                                         Às Irmãs da Liga dos Servos de Jesus

 

No dobrar de cada ano, na noite de trinta e um de Dezembro, aparece-nos a memória litúrgica do papa S. Silvestre. Talvez em honra dele tenha surgido, no Brasil, na cidade de S. Paulo, a tradicional corrida de S. Silvestre. É uma corrida muito popular que envolvendo atletas de ambos os sexos, todos são aplaudidos por milhares de pessoas. Mais que o resultado final à maioria dos participantes o que importa é a participação na dita corrida.

Sabemos que nas corridas de alta competição, quanto mais curtas elas são, tanto mais se torna importante a “partida” e “início” da mesma. Quase todos os atletas, no final das mesmas se queixam do momento da partida e do arranque mal executado em momento próprio. É verdade que muitos atletas conseguem recuperar durante o percurso, mas “o arrancar mal ” não deixa de comprometer seriamente o resultado final.

Apesar de termos iniciado há muito tempo o novo ano pastoral, temos agora mais 365 dias pela frente. É a duração do novo ano civil de 2014. Importa pois “entrar bem” nele.

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A nível espiritual não o poderíamos começar melhor. No primeiro dia de cada Ano Novo celebramos a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. “Arrancar” com ela, em cada nova etapa da nossa vida é excelente. Se estivermos em primeiro lugar, ela nos precede no trajeto a executar; se nos atrasarmos ela lá estará à retaguarda impedindo um maior atraso; se ficarmos cansados ela vai ao nosso lado oferecendo-nos o seu estímulo e reforçando a nossa fé; se nos vier a tentação de desistir lá nos aparece ela revestida da sua fidelidade sobretudo junto à cruz; se adormecermos… ela vigiará por nós e nos embalará até ao nosso despertar. Onde quer que nos encontremos a sua presença de mãe é inevitável. As mães são mesmo assim.

 

    Urge pois começar um novo ano, uma nova etapa, um novo sonho, uma nova entrega, um novo vigor (sempre proporcionado às muitas graças que nos serão concedidas), uma nova aposta, um novo acreditar, um renovado servir e um renovado amar…

Por outro lado, o primeiro de Janeiro, é dia mundial da paz. A Paz é o nome do nosso Deus.

 “… Entre  os dons da divina generosidade, que poderemos nós encontrar tão digno como a paz, aquela paz que os anjos anunciaram no nascimento do Senhor?

É a paz que gera os filhos de Deus, alimenta o amor e gera a unidade. Ela é o repouso dos santos e a mansão da eternidade. E o fruto desta paz é unir a Deus os que separa do mundo ”.

(S. Leão Magno, papa, sermão 6)

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Neste novo ano, nesta nova etapa, não queremos estar sós…

Queremos fazê-lo em comunhão com todos e todos com a Trindade. Quando o nosso Deus atua,  de modo trinitário, que é como quem diz em “COMUNHÃO” em “ECLESIA”, e em favor de todos.

Se quisermos que a Liga dos Servos de Jesus seja ícone da Trindade, - assim se encontra estabelecido nas nossas constituições (21,2) - a mesma LIGA, cada uma das Casas, todas as pessoas que a constituem ou delas são realmente amigos e benfeitores, devem atuar como um corpo, em conjunto e em favor de todos.

Nesta corrida para Deus, ninguém corre contra ninguém. Corremos sim uns com os outros, cada qual contra si mesmo e todos nós preocupados com todos os outros, para que também eles cheguem à meta que é Cristo. Reflitamos nas palavras de Paulo quando escreve a respeito de si mesmo e da sua corrida:

“ Não sabeis que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só é que recebe o prémio? Correi, pois, de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta, exerce domínio próprio em todas as coisas; ora, eles fazem-no para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, para alcançarmos uma coroa incorruptível”. (1ª cor, 9, 24 25).

“Não que eu já tenha alcançado a meta, ou que já seja perfeito, mas prossigo a minha carreira para ver se de algum modo, a poderei alcançar uma vez que já fui alcançado por Cristo. (…) Esquecendo-me do que fica para trás e avançando para o que está adiante, prossigo em direção à meta para obter o prémio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.

            (…) Sede meus imitadores”.

(Fil. 3, 12-15.17).

 

                        Ora na “linha de partida”, ninguém se encontra mais à frente ou mais atrás. Todos nos encontramos inseridos em Jesus. É Ele o nosso caminho, o nosso Companheiro de jornada e também a nossa Meta.

Desejemo-nos uma boa corrida. Que ninguém se envergonhe de pedir auxílio se necessário for. E a quem poderemos solicitar essa  ajuda? Uma só é a resposta: A Cristo ressuscitado.

Foi Ele Quem disse: “Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos”. (Mt. 28, 20)

Bom Ano de 2014.

 P. Alfredo Pinheiro Neves

(Assistente Geral)

- 2014-01-01 -

Um dia especial de convívio e convite à santidade de vida...

 

 

 

 

Neste ano em que, por graça de Deus, o Senhor D. João de Oliveira Matos,  teve o reconhecimento oficial das suas virtudes heróicas e, consequentemente, foi declarado  Servo de Deus venerável, os membros da Liga dos Servos de Jesus  foram convidados pelo seu Superior atual, o Senhor Bispo da Guarda, D. Manuel da Rocha Felício  a viver um dia de acção de graças.  Este acontecimento realizou-se no dia 28 de dezembro, um pouco distante da cidade da Guarda, mas num lugar muito agradável do distrito de Viseu- Mamouros- na casa dos pais do Senhor D. Manuel.

Estiveram presentes cerca de  cinquenta membros da L.S.J., o Assistente Geral da Liga ,  Pe. Alfredo Pinheiro Neves e o Senhor Pe. António Luciano Costa e o Senhor  Bispo D. Manuel.

Os membros da Liga tiveram oportunidade de  responder à interpelação: Como nos temos interessado pelo desenvolvimento do Processo de Beatificação do Senhor D. João ?

O Assistente Geral lembrou o entusiasmo vivido na Festa da Liga pela graça recebida e as muitas formas de agradecimento pelo dom de o Senhor D. João  ter sido declarado venerável.

O  Senhor Pe. Luciano falou da santidade do Senhor D. João… da sua visão profética de amor e apoio às famílias e lembrou o empenhamento da Ir. Guilhermina  na elaboração do Processo. O Senhor D. Manuel  comparou alguns desafios que o Papa Francisco  tem apresentado à Igreja com  muitas das vivências do Senhor D. João:

         Desinstalações várias…

         Opção preferencial pelos mais pobres,

          Não se isolar na vivência da sua autoridade,

         Uma atenção centrada  nas pessoas e não nas coisas…

         Sentir  as dificuldades e potencialidades das pessoas com quem convivemos.

         Uma Igreja que seja missionária…

D. João:

        Homem exigente consigo próprio

       Fiel ao ministério que lhe foi confiado

         Instituição da Fundação da Liga dos Servos de Jesus – paixão por Jesus

( lembrei-me de  fundar uma Associação de almas apaixonadas por Jesus..)

         Reparação

         Relação forte com Deus

         Preocupação com os problemas existentes no mundo

        Tradição dos retiros

         Homem de confessionário ( a confissão é a forma por excelência de mostrar o  rosto  misericordioso de Deus ),

       Proximidade das pessoas e dos seus problemas.

A vivência alegre da Eucaristia e uma refeição partilhada  numa convivência harmoniosa  foram ingredientes muito positivos a marcarem este dia de encontro e amizade.

                                     Obrigada , Senhor D. Manuel, por este  convite.

Um Servo Externo que marca presença, com este poema, e deseja continuação de festas felizes a todos os membros da Liga dos Servos de Jesus

 

NATAL SANTO

                            Natal Santo que a todos nos abraça

                            É festa da Família em união,

                            É onda de amor que nos trespassa

                            Deixando ver no outro, um nosso irmão.

 

                                      É o sol quente beijando a vidraça,

                                      É calor da lareira, é tição,

                                      É como vinho, despejada a taça,

                                      Que enrija a alma, adoça o coração.

                            Por mais anos que viva lembrarei

                            O encanto que tem a Consoada,

                            A mesa posta, o lume, o sentimento…

 

                                      Oh! Deus Menino – também Cristo Rei:

                                      Contigo aqui estamos, de mão dada,

                                      Fruindo a Graça do Teu Nascimento.

                       

                                                                 João  Afonso

Votos de Boas Festas do Assistente Geral

À Liga dos Servos de Jesus

                                                       

Na Alegria do Salvador prestes a nascer;

Na Certeza de que Ele é sempre o Emanuel;

Na Esperança de ser Ele a realização do Sonho

Que nos faz viver!

Com a Força que a todos nos une,

Quero agradecer a Deus

Uno e Trino

A Colaboração prestada durante o ano que finda;

O Empenho sempre presente na Formação pedida;

O Esforço de Entrega na construção do Reino

Do Qual o Deus Menino foi constituído arauto

E Realização Plena.

É desse Reino, quero acreditar,

Que os que se “foram” usufruem já,

Porque fiéis à missão confiada,

- A Exemplo de Maria - ,

Enquanto viveram entre nós.

 

Boas Festas.

P. Alfredo

(Assistente Geral)

 

UM SANTO NATAL E UM BOM ANO NOVO

BOAS FESTAS para todos os membros da Liga dos Servos de Jesus, simpatizantes e benfeitores da mesma.
Que o Deus Menino permaneça connosco e seja sempre o nosso companheiro de viagem...

Que estaria a pensar ? as respostas já estão fora do nosso alcance... mas acreditamos na comunicação dos Santos e esperamos que não nos esqueça junto de Deus.

Felicidade Aguiar Ramos

Tendo cessado funções na Escola da Cerdeira em 09 de Junho de 2013, a irmã Felicidade retirou-se para casa de sua irmã solicitando tempo de descanso necessário. O futuro a Deus pertenceria.

A determinada altura, foi notório o seu cansaço. O seu estado físico deixava-nos apreensivos. Recorreu aos cuidados médicos quando julgou oportuno, mas tínhamos a sensação que nessa altura se encontrava já bastante debilitada.

Depois tudo foi muito rápido. Anemia, transfusões, análises, “tac”, tudo o que a medicina podia dispor… Um tempo infindo para chegarem resultados. Falta de apetite, debilitação das forças. Uma ânsia constante em querer recuperar. Voltou à casa de santa Luzia. Aí fez a última revisão de provas da revista “Luz e Vida”. Voltou o cansaço. Veio a necessidade de regressar ao Hospital. Mais análises. Tudo se tentou e tudo foi em vão. Quantas pessoas a não visitaram e mais do que uma vez. Não faltou a Oração pedindo que nela se realizasse a Vontade de Deus.

Onze de Dezembro 2013 foi a sua despedida desta vida e a partida para a Vida que não acaba. Para ela foi longo o sofrimento…; rápido dizemos nós que não passamos os sofrimentos que ela teve, por mais associados que estivéssemos a ela.

Exalado o último suspiro no Hospital da Guarda, a Comunidade da Cerdeira recebeu o seu féretro velando-o nessa noite. Ao longo de vinte e três anos a Irmã Felicidade tinha marcado presença nessa comunidade e nessa escola com dedicação e o seu trabalho diário.

Na tarde desse dia onze houve eucaristia celebrada pelo reverendo sr. padre Soita; mais tarde, às 22.00 horas, uma outra eucaristia celebrada agora pelo Assistente Geral  da Liga dos Servos de Jesus e concelebrada pelo Dr. Manuel Pereira de Matos.

Às 9.30 horas do dia seguinte foi todo o povo da Cerdeira que também quis estar presente. Muitas Servas de Jesus, oriundas de muitos lados, alunos (as) professores (as) quiseram rezar por ela. A Eucaristia foi presidida pelo Assistente Geral da Liga, concelebrada pelo pároco e mais sete sacerdotes. Terminada a Eucaristia foi levada à sua terra Natal, Santa Eufêmia – Pinhel.

Aí permaneceu em câmara ardente. Às 14.30 horas celebrou-se eucaristia exequial com o povo que a quis sufragar. Rumou-se ao cemitério em cortejo fúnebre.

Nele repousam agora os seus restos mortais. Junto de Deus, assim o cremos, viverá eternamente. Jesus, a Quem serviu, ter-lhe-à aberto as portas do Reino de Seu Pai.

Momentos passageiros...que se transformam em recordações para sempre!!!

Recordações da Comunidade que a acolheu pela primeira vez...

Irmã Felicidade (Feliz)

Março de 1958… chega ao Rochoso uma jovem de treze anos para fazer retiro. Este era orientado pelo Senhor Pe. Mendes Atanásio e tinha como tema: «Contigo meu Chefe».

Incentivou-a o Pároco, e a sua tia, serva de Jesus, Emília Augusta. O objetivo principal do Pároco era que ela aprendesse, se formasse nalguns aspetos e aproveitasse bem, depois colaboraria com ele na freguesia de Santa Eufêmia de onde ela era natural. Precisava de alguém que tocasse órgão e que fosse catequista. A Felicidade já nessa idade revelava grande vontade de aprender e capacidade para as lides da Igreja. Dava gosto ouvi-la cantar numa voz segura, suave e ritmada.

Deus queria mais da sua vida. Compreendeu que Jesus a queria para Ele. Dedicou-se a esta Obra de Apostolado da Liga dos Servos de Jesus. Tal como muitas jovens da sua idade que se encontravam na casa do Rochoso, a prepararem-se para Servas de Jesus, entendeu , desde a primeira hora, que a vida era de doação total e, neste sentido, temos a destacar o seu espírito de sacrifício feito na obscuridade, humildade, disponibilidade, vontade de ajudar a todos, esquecendo-se de si mesma. Fazia o bem discretamente sem se vangloriar.

Em 1973, após ter feito alguns estudos foi para Lisboa tirar o curso de Educadora de Internatos, regressando ao Rochoso onde se dedicou às crianças e jovens ali residentes, sempre com competência e responsabilidade. Mais tarde, já integrada na comunidade do colégio da Cerdeira, continuou os estudos na Universidade de Coimbra onde tirou a licenciatura em Literatura moderna… dominava fluentemente a língua inglesa e a francesa. Revelou sempre inteligência e aptidão para qualquer trabalho. Foi professora de inglês e francês no colégio assumindo a função de Diretora Pedagógica e Coordenadora da Escola e da Comunidade desde o ano de 1991.

Haveria ainda muito para dizer, mas terminamos com este pensamento: Que o Senhor lhe conceda a felicidade de encontrar a alegria com que a todos nos envolvia na humildade do seu ser. Fica para ela o nosso obrigado e a certeza de que sempre a lembraremos com muita amizade.

                                            
                                                                Comunidade do Rochoso

Esta fotografia da Ir. Felicidade  relembra os primeiros anos passados na Cerdeira...

Obrigada , Ir. Felicidade. Pedimos ao Senhor que lhe conceda o dom da saúde para, em breve, recomeçar o seu trabalho

A Ir. Felicidade Aguiar Ramos foi a autora deste meio de comunicação- Blogue - trazendo à ribalta as notícias que todos os membros da Liga dos Servos de Jesus , e não só, apreciavam muito. Com o seu bom humor, espirito lúcido e arte de comunicar deixou mensagens escritas e visuais que permanecerão na memória de todos.

Homenagem a uma Serva de Jesus

UM MISTO DE TRISTEZA E ALEGRIA...

Ir. Felicidade:

Não ficaria a bem com a minha consciência se não escrevesse algo sobre

a Ir. Alcide. Se pudessem colocar no Blog da Liga estas palavras e a foto que envio, agradecia.

 

O testemunho de uma missionária

            Ao receber a notícia da morte da Ir. Alcide, ainda que esperada, vários foram os meus sentimentos: de tristeza pela sua partida de quem ainda havia muito a esperar; de ação de graças pelo bem imenso feito ao longo da sua vida; de paz interior, que nasce da certeza que a vida após a morte é um encontro com o amor misericordioso de Deus, revelado em Jesus que ofereceu a sua vida por nós.

            Conheci a Ir. Alcide desde os meus primeiros anos de sacerdote, mas foram os últimos seis anos que me ajudaram a perceber o segredo da sua vida e a sua ânsia missionária. Estou certo que a parábola do Evangelho, ela a viveu de um modo muito generoso: o tesouro não é para ficar escondido no campo, mas para ser distribuído por todos.

            A fundação da Liga dos Servos de Jesus em Angola não foi fácil: o envelhecimento dos membros da Liga, a aventura do desconhecido e o encontro com novas culturas, as dificuldades burocráticas e económicas que se colocavam á expansão do carisma encontraram na Ir. Alcide uma fé generosa a lançar-se nesta aventura. Já antes, ainda jovem, sonhara com a missão, como horizonte da sua vocação. Mas foi nos últimos cinco anos que esse sonho se concretizou. Estou a ver a alegria do envio missionário no dia 17 de fevereiro de 2008, na nossa Sé Catedral, a partida no dia 11 de agosto desse mesmo ano e as experiências da missão por ela narradas.

            Na segunda-feira anterior à sua partida para o Pai visitei-a no seu leito de dor. Ao pedir-lhe que oferecesse os seus sofrimentos pela Liga, disse-me que «tudo já estava oferecido». Dias antes tinha confidenciado que, por ela, pedissem perdão a todas as irmãs por tudo quanto de mal tinha feito e lhe desculpassem os seus erros e omissões.

            A fundação da Liga em Angola, na missão ad gentes, está agora mais enraizada. Costuma dizer-se que uma nova fundação só se realiza quando um dos fundadores morre pelo povo ao qual é enviado. O seu corpo jaz no cemitério da Arrifana, ao lado de muitas companheiras de ideal, mas o seu coração ficou em Angola. Nela se realizaram as palavras do Senhor D. João: «Desejamos ser servos de Jesus, desejamos ser seus apóstolos? Procuremos que só o Mestre seja louvado e glorificado por todos, não ambicionemos outra recompensa, senão o maior louvor e glória do Senhor. Seremos, assim, servos de Jesus e os seus maiores amigos».

+ António Manuel Moiteiro Ramos

DE ALGUÉM QUE A OBSERVOU DE PERTO!...

F:24/10/2013

Queridas Irmãs

Fiquei com a respiração contida, quando, nesta manhã, recebi a mensagem da Ir. Conceição. Rezei pela Ir. Alcide e fiquei muito feliz por ter conhecido esta mulher.

No meio da dor que a todas vos atinge, quero dar-vos os parabéns por esta mulher que Deus concedeu à Liga. Ela partiu, mas continua ligada a todos nós que a conhecemos e amamos.

Que ela interceda por todos nós junto à Fonte da VIDA e nos obtenha a graça da fidelidade e o aumento de mais vocações. É isso que eu lhe peço.

Foi pouco o tempo que passou em Angola, mas deu para perceber o amor que teve a este povo e sua admiração por ele. Foi grande a sua dedicação à Paróquia da Gabela. Sempre pronta para ajudar em tudo, de modo simples e discreto. Fez milhares de partículas para a Eucaristia, porque ela vivia da Eucaristia e para a Eucaristia.

Ir. Alcide, intercede por nós diante de Nosso Senhor!

Com amizade

P. Farias

CHEGADA DA KILENDA:::

As paróquias de Kilenda e da Gabela, onde a Ir. Alcide esteve em missão, choram a sua morte e oram para que o Senhor a tenha na sua glória.

Na memória de todos, ficará a sua afabilidade e alegria. Os que chegaram depois, recordarão os saborosos pratos que preparava apesar dos parcos recursos de que se dispunha e as tertúlias à mesa, durante as quais os deliciava com estórias ocorridas nestas paragens, algumas contadas na primeira pessoa e que muito contribuíam para dar a conhecer a cultura de Angola, o perfil da sua gente e a sua preocupação pelo acolhimento.

Foi particularmente edificante o modo como viveu a sua doença. Apesar do sofrimento, mantinha a alegria, a esperança e arranjava forças para, mal os momentos críticos passassem, cumprir o seu dever, sem queixumes.

Na despedida, dizia, com uma velada vontade de voltar:

-Ainda me faltou fazer o trabalho de promoção humana com as mães e as crianças, nos bairros.

Não esqueceremos a intrépida Serva de Jesus que ousava acompanhar quase meia centena de crianças ao Luxemburgo, para lhes proporcionar um Natal diferente, e que, quase com setenta anos, integrou a primeira equipa missionária da Liga.

Não podemos deixar de endereçar à família, da qual tantas vezes falava com carinho, nomeadamente, à madrinha/irmã, irmãs e sobrinhas, as nossas sentidas condolências.

Se o sangue de mártires, foi sempre semente de novos cristãos, que, com a sua partida, o Senhor envie mais operários para esta messe.

EM MEMÓRIA...

Do Evangelho segundo S. Mateus

(O Reino do Céu)

«Será também como um homem que, ao partir para fora, chamou os servos e confiou-lhes os seus bens.A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada qual conforme a sua capacidade; e depois partiu.Aquele que recebeu cinco talentos negociou com eles e ganhou outros cinco. Da mesma forma, aquele que recebeu dois ganhou outros dois. Mas aquele que apenas recebeu um foi fazer um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. Passado muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e pediu-lhes contas. Aquele que tinha recebido cinco talentos aproximou-se e entregou-lhe outros cinco, dizendo: ‘Senhor, confiaste-me cinco talentos; aqui estão outros cinco que eu ganhei.’ O senhor disse-lhe: ‘Muito bem, servo bom e fiel, foste fiel em coisas de pouca monta, muito te confiarei. Entra no gozo do teu senhor.’ Veio, em seguida, o que tinha recebido dois talentos: ‘Senhor, disse ele, confiaste-me dois talentos; aqui estão outros dois que eu ganhei.’ O senhor disse-lhe: ‘Muito bem, servo bom e fiel, foste fiel em coisas de pouca monta, muito te confiarei. Entra no gozo do teu senhor.’( Mt 25,14)

Quase no esvair-se deste mês de outubro, acaba de partir definitivamente ao encontro do Filho do Homem, a Quem sempre serviu, a Serva Maria Alcide Sousa Ferraz. Pouco privei com ela.

Antes de partir para Angola, nunca conversámos. Ao regressar de lá e durante a viagem, manteve connosco, que a fomos buscar, uma conversa tão tranquila e alegre que facilmente intuí nela a sensação de um dever cumprido. Depois foi uma luta constante, quer no hospital, quer onde se encontrava, para alcançar a saúde necessária. Sempre que a visitei no Hospital, nela encontrei aquele sorriso que lhe era tão peculiar e as palavras sábias: “Que se faça a Sua Vontade…”; “já estou preparada…” A doença agudizou-se. Na parte final da doença, de visitas passei a telefonar-lhe. Nunca deixou de me responder. As dores e a esperança nunca a deixaram. Agora está junto do Pai.

Dos muitos talentos que tenha recebido e que com a Graça de Deus fez render, já tudo entregou ao Senhor. É minha convicção que também ela já ouviu da parte da Trindade:  ‘Muito bem, serva boa e fiel, foste fiel em coisas de pouca monta, muito te confiarei. Entra no gozo do teu Senhor.’

A Irmã Alcide parte no mês consagrado às “Missões”. Ela foi missionária. Parte no “mês do Rosário”, mês da Mãe dos missionários; mês da Senhora de todos os mistérios que o Rosário contém.

Certamente encontra-se já bem perto de todos os Santos, os que já partiram e aqueles que sempre nos acompanham. A Festa será eterna. Liturgicamente havemos de os celebrar muito em breve.

Lembrá-la-emos durante o “mês das Almas”. Por ela rezaremos, para que algum talento que lhe tenha ficado mais esquecido, ou porventura não tenha dado o fruto exigido, seja agora ‘compensado’ pela nossa oração e pelo bem a fazer e que aplicaremos por ela. Estou convicto que não será dificil.

Irmã Alcide, com o seu sorriso e tranquilidade, junto do Sr. D. João peça sempre por todos.

Rezamos também pela sua família.

Assistente Geral

P. Alfredo

"CRECHE E JARDIM DE INFÂNCIA" DE SANTA LUZIA! visite-nos no Facebook

MISSIONÁRIAS!

Não sei se é do conhecimento de todos os Servos que uma das nossas pioneiras, em terras de missão, uma das três Marias, a Maria Alcide, se encontra muito doente. Esteve hospitalizada um longo período de tempo, foi submetida a vários exames e tratamentos e tudo se revelou incapaz de lhe devolver a saúde. A fé diz-nos que o que é impossível aos homens é de muito fácil solução para Deus. E se todos insistíssemos com o senhor D. João, para que, com o seu dedo de santo, que o é, ainda que não oficialmente, obtivesse de Deus a tão desejada cura? E que bom seria para a evolução do Processo de Beatificação do "nosso santo".

A Ir Alcide já afirmou que não se arrepende de ter dedicado os seus últimos anos ao serviço da missão, assim como fez questão de tranquilizar os superiores quanto à decisão que tomaram de a enviar. Está convencida que esta era a vontade de Deus a seu respeito.

Grande lucidez, Ir Alcide, apesar da doença! Não está lá, mas é como se estivesse. O seu papel continua a ser importante.

Confiamos na intercessão do Senhor D. João, embora a nossa fé seja débil e vacilante. Que seja mais um motivo para a fortalecermos!

ANIVERSÁRIO DA COORDENADORA!

Já a luz se levantou,
Já surgiu a nova aurora,
Já toda a Liga exultou,
Com a sua Coordenadora!

Os anjos, em turbilhão,
Pela corda, ao desafio,
Deixam do céu a mansão
E voam pelo casario...

Ali deparam com ela,
Em profunda ação de graças:
Penetram pela janela,
Deixam repletas as taças.

Passam a convívio são,
Durante breves momentos,
E apressados se vão,
Aos divinos aposentos.

Sentem o dever cumprido,
Mas veem que não estão sós:
Maria e o Filho querido
À deles juntam a voz.

E é a festa no céu,
Com todos os que lá estão,
Que gozam a Deus, sem véu,
Com o senhor D. João!

NOTÍCIAS DA KILENDA!...

A nossa chegada à kilenda, Angola, aconteceu no sábado à tarde, dia 3 de agosto, pelas 17 H. Pensávamos que a estrada entre a Gabela e a kilenda (cerca de 30 Km) estivesse melhor, mas demoramos cerca de uma hora e um quarto a percorrê-la.
A Casa D. João de Oliveira Matos é muito bonita e parece uma pequena aldeia: uma casa para as missionárias, uma casa para as vocacionadas, uma escola com seis salas de aula, secretaria e outros anexos necessários para uma vida em comunidade: casa para o guarda, um anexo para despensa, outro para o gerador que produz corrente elétrica e até um galinheiro, que parece um hotel de 4 estrelas, onde os galos, a partir das quatro da manhã, não deixam dormir ninguém. A água é canalizada a partir de uma cisterna e a luz vem apenas à noite, mas tão fraca que nem dá para ligar a televisão.
A vida começa muito cedo: a missa na paróquia é às seis da manhã, as aulas têm início às sete horas e nós rezamos as laudes muito cedo e a missa celebramo-la ao cair da tarde.

A partir das seis da tarde é noite e já não há luz do sol. Na primeira eucaristia que celebrámos, no sábado, benzemos uma imagem de Nossa Senhora a quem demos o título de «Mãe da Igreja» e que irá ficar na capela da nossa casa.
No domingo, a missa foi às sete da manhã e, ao contrário do habitual, durou apenas uma hora e meia.

Durante a semana fomos ao mercado de rua, onde se pode comprar de tudo, desde roupa e sapatos até hortaliças,

frutos tropicais, peixe seco e carne seca. Aqui é considerado petisco a carne de macaco e os ratos (Não tivemos coragem de os provar).
Ontem, quinta-feira, tivemos um dia de passeio. Visitamos a Gabela e a missão dos padres da Boa Nova, a antiga casa onde viveram as irmãs da Liga, a cidade do Sumbe e, quase ao cair da tarde, a vila da Conda, onde está sepultado o Ir. Artur Paredes, da Boa Nova, assassinado, em 1985, durante a guerra civil. Deu a sua vida pela causa do Evangelho e na sua campa há uma lápida onde diz: «intercede por nós junto de Deus» e que nós acrescentamos «e pela Liga dos Servos de Jesus». 
O Ir. Artur é do Baraçal, do Sabugal, e desejamos que o «sangue dos mártires seja semente de novos cristãos».
Na próxima crónica enviaremos notícias da vida escolar da kilenda e dos trabalhos pastorais que iremos desenvolver.
Tentaremos enviar, em anexo, algumas fotos, que ajudem a perceber a vida desta gente.
António Manuel Moiteiro Ramos (bispo aux. de Braga).

UMA FESTA DIFERENTE!...

No dia 02 de agosto, pelas 19,00h no aeroporto da portela - Lisboa

O avião partiu pelas 23,15h. Cerca das 17,00 horas do dia 03  chegaram à nossa casa, na Kilenda. A viagem correu bem. Aguardamos um bom regresso e mais algumas notícias entretanto...

Atentos à chamada, não vão eles ficar em terra!...

A voz de Deus é bem mais suave e já a ouviram, pois têm como missão imprimir mais vida ao projeto iniciado pela Liga dos Servos de Jesus, em Angola. Eis a razão que os impele a mais este sacrifício...

Receber a visita da Coordenadora,
Não é privilégio para usufruir a toda a hora!

E da comitiva fazer parte um bispo,
Que, da última vez, como sacerdote fora visto...

A que se junta também a agradável companhia 
Da Coordenadora anterior, que falta já lá fazia...

Tudo isto é uma brisa, num dia quente de estio,
Toda a Liga se revê, neste "precioso trio".

Dava gosto conhecer essas terras tão distantes,
Mas temos de a vez ceder aos nossos representantes.

Momentos terão alegres e de um convívio são,
Carregarão baterias, até ao próximo verão.

Mas não tenham ilusões, já conhecem bem a arte:
O Verdadeiro Carregador permanece, nunca parte!


Todos os membros da Liga dos Servos de Jesus desejam o maior sucesso para esta viagem e que seja para a maior glória de Deus!