sexta-feira, 23 de novembro de 2012

FELICITAR...

O Assistente Geral da Liga dos Servos de Jesus, Padre Alfredo Pinheiro Neves, foi nomeado cónego do Cabido da Sé. A Liga felicita-o, por mais este SIM ao apelo que lhe foi dirigido pela Igreja, que o solicitou para mais este serviço. Se for necessário, lembrá-lo-á nas suas orações, tantas vezes por dia, quantos os cargos que tem para desempenhar, para que a ajuda de Deus nunca lhe falte!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

FINALMENTE, O "SUBSÍDIO" ANSIADO!...


O  Concílio (diapositivo 1)
O Concílio Ecuménico Vaticano II é convocado pelo Papa João XXIII a 25 de janeiro de 1959 (diapositivo 2) na Basílica de S. Paulo Extra Muros. Aquilo que previam ser um papado calmo e tranquilo, tornou-se num tempo de renovação para toda a Igreja.
Após dois períodos: um ante preparatório (1959-1960) e outro preparatório (1960-1962), (diapositivo 2) a 11 de outubro de 1962, inicia-se o Concílio. Entretanto, a 03 de junho de 1963, morre o Papa João XXIII. A 21 de junho de 1963, é eleito o cardeal Montini, Sucessor de Pedro, com o nome de Paulo VI. (diapositivo 2) A 26 de setembro, arranca a segunda etapa conciliar que decorre até 04 de dezembro. A terceira etapa acontece entre 14 de setembro e 21 de novembro de 1964 e a última etapa decorre de 14 de setembro a (diapositivo 2) 8 de dezembro de 1965.
(diapositivo 3) Contém quatro constituições dogmática: Sacrossatum Concilium (Liturgia); Lumen Gentium (Igreja); Dei Verbum (Revelação Divina) e Gaudium et Spes (mundo atual). Contém ainda 12 Decretos, a saber: 1. sobre os meios de comunicação social; 2. Sobre as Igrejas Orientais católicas; 3. Ecumenismo; 4. Ministério pastoral dos Bispos; 5. Sobre a vida religiosa; 6. Sobre a formação sacerdotal; 7. Sobre a educação cristã; 8. Sobre as religiões não cristãs; 9. Sobre o apostolado dos leigos; 10. Sobre a liberdade religiosa; 11. Sobre a atividade missionária; 12. Sobre os sa
                            
         Constituição Dogmática “Dei Verbum”
Para a discussão desta Constituição Dogmática, chegaram a Roma 102 “proposições” divididas em dois grupos: 1. Sagrada Escritura e 2. Sagrada Tradição.
Esta Constituição é fruto também de um amadurecimento de Encíclicas de Leão XIII, Bento XV e Pio XII. Demorou bastante tempo para que a Igreja desse o devido valor à Sagrada Escritura. O atual texto não foi o inicialmente elaborado, mas a um determinado momento das discussões conciliares levou-se a cabo a reelaboração da constituição e a 18 de novembro  de 1965, recebeu 2344 votos a favor e 6 contra.
2.1. O Capítulo I da Constituição é sobre a Revelação.
2.1.1.      Natureza e objeto da revelação: Deus revela-se a si mesmo ao dar a conhecer o mistério da Sua vontade em Cristo, Verbo encarnado. “Esta «economia» da revelação realiza-se por meio de ações e palavras intimamente relacionadas entre si, de tal maneira que as obras, realizadas por Deus na história da salvação, manifestam e confirmam a doutrina e as realidades significadas pelas palavras. (…) a verdade profunda, tanto a respeito de Deus como a respeito da salvação dos homens, manifesta-se-nos, por esta revelação, em Cristo.” DV2
2.1.2.      Preparação da revelação evangélica: Percurso de Abrão (patriarcas), profetas e Salvador.
2.1.3.   Consumação e plenitude da revelação em Cristo: “Com efeito, enviou o Seu Filho, isto é, o Verbo eterno, que ilumina todos os homens, para habitar entre os homens e manifestar-lhes a vida íntima de Deus (cfr. Jo. 1, 1-18).” DV4
2.1.4.      Aceitação da revelação pela fé: pelo dom da fé o homem entrega-se totalmente e livremente a Deus. Para que aconteça a adesão temos a ajuda da graça divina e o auxílio do Espírito Santo, “o qual move o coração, abre os olhos do entendimento, e dá a «todos a suavidade em aceitar e crer na verdade»DV5
2.1.5.      Necessidade da revelação: Fazer participar toda a humanidade dos bens divinos que superam em absoluto a capacidade da inteligência humana (cf DV6).
2.2. O Capitulo II é sobre a Transmissão da Revelação
2.2.1.    Os apóstolos e os seus sucessores, transmissores do Evangelho: Apóstolos pregam e os Bispos são os seus sucessores
2.2.2.      A Sagrada Tradição: “os Apóstolos, transmitindo o que eles mesmos receberam, advertem os fiéis a que observem as tradições que tinham aprendido quer por palavras quer por escrito (cfr. 2 Tess. 2,15), e a que lutem pela fé recebida duma vez para sempre (cfr. Jud. 3)”; “a Igreja, na sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo aquilo que ela é e tudo quanto acredita.” DV8
2.2.3.      Relação entre a Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura: “A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, para que eles, com a luz do Espírito de verdade, a conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua pregação” DV9
2.2.4.      Relação de uma e outra com a Igreja e com o Magistério eclesiástico: “o encargo de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou contida na Tradição (8), foi confiado só ao magistério vivo da Igreja (9), cuja autoridade é exercida em nome de Jesus Cristo. Este magistério não está acima da palavra de Deus, mas sim ao seu serviço, ensinando apenas o que foi transmitido” DV10
2.3. O Capítulo III é sobre A inspiração divina da Sagrada Escritura e a sua interpretação
2.3.1.      Natureza e inspiração da Sagrada Escritura: inspiração do Espírito Santo
2.3.2.    Interpretação da Sagrada Escritura: inspiração divina, géneros literários estudos exegéticos e hermenêuticos.
2.3.3.   Condescendência de Deus: “Portanto, na Sagrada Escritura, salvas sempre a verdade e a santidade de Deus, manifesta-se a admirável «condescendência» da eterna sabedoria, «para conhecermos a inefável benignidade de Deus e com quanta acomodação Ele falou, tomando providência e cuidado da nossa natureza» . As palavras de Deus com efeito, expressas por línguas humanas, tornaram-se intimamente semelhantes à linguagem humana, como outrora o Verbo do eterno Pai se assemelhou aos homens tomando a carne da fraqueza humana.” DV 13
2.4. O Capítulo IV é sobre o Antigo Testamento
2.4.1.     A história da salvação consignada nos livros do AT
2.4.2.  A importância do AT para os cristãos: “A «economia» do Antigo Testamento destinava-se sobretudo a preparar, a anunciar profeticamente (cfr. Lc. 24,44; Jo. 5,39; 1 Ped. 1,10) e a simbolizar com várias figuras (cfr. 1 Cor. 10,11) o advento de Cristo, redentor universal, e o do reino messiânico.” DV 15
2.4.3.      Unidade de ambos os testamentos
2.5. O Capítulo V é sobre o Novo Testamento
2.5.1.      Excelência do Novo Testamento
2.5.2.    Origem apostólica dos evangelhos: A Igreja defendeu e defende sempre e em toda a parte a origem apostólica dos quatro Evangelhos. Com efeito, aquelas coisas que os Apóstolos, por ordem de Cristo, pregaram, foram depois, por inspiração do Espírito Santo, transmitidas por escrito por eles mesmos e por varões apostólicos como fundamento da fé, ou seja, o Evangelho quadriforme, segundo Mateus, Marcos, Lucas e João.” DV 18
2.5.3.      Caráter histórico dos Evangelhos
2.5.4.      Restantes escritos do Novo Testamento
2.6. O Capítulo VI é sobre o A Sagrada Escritura na Vida da Igreja
2.6.1.    A Igreja venera as Sagradas Escrituras: “É preciso, pois, que toda a pregação eclesiástica, assim como a própria religião cristã, seja alimentada e regida pela Sagrada Escritura.” DV21
2.6.2.   Traduções da Sagrada Escritura: “a Igreja procura com solicitude maternal que se façam traduções aptas e fiéis nas várias línguas, sobretudo a partir dos textos originais dos livros sagrados. Se porém, segundo a oportunidade e com a aprovação da autoridade da Igreja, essas traduções se fizerem em colaboração com os irmãos separados, poderão ser usadas por todos os cristãos.”  DV 22
2.6.3.      Investigação bíblica: “O sagrado Concilio encoraja os filhos da Igreja que cultivam as ciências bíblicas para que continuem a realizar com todo o empenho, segundo o sentir da Igreja, a empresa felizmente começada, renovando constantemente as suas forças” DV 23
2.6.4.      Importância da Sagrada Escritura para a Teologia: “o ministério da palavra, isto é, a pregação pastoral, a catequese, e toda a espécie de instrução cristã, na qual a homilia litúrgica deve ter um lugar principal, com proveito se alimenta e santamente se revigora com a palavra da Escritura.” DV 24
2.6.5.      Leitura da Sagrada Escritura: “sagrado Concílio exorta com ardor e insistência todos os fiéis, mormente os religiosos, a que aprendam «a sublime ciência de Jesus Cristo» (Fil. 3,8) com a leitura frequente das divinas Escrituras, porque «a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo» . Debrucem-se, pois, gostosamente sobre o texto sagrado, quer através da sagrada Liturgia, rica de palavras divinas, quer pela leitura espiritual, quer por outros meios que se vão espalhando tão louvavelmente por toda a parte, com a aprovação e estímulo dos pastores da Igreja. Lembrem-se, porém, que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada de oração para que seja possível o diálogo entre Deus e o homem; porque «a Ele falamos, quando rezamos, a Ele ouvimos, quando lemos os divinos oráculos»” DV 25
2.6.6.  Influência e importância da renovação escriturística: «a palavra de Deus se difunda e resplandeça (2 Tess. 3,1), e o tesouro da revelação confiado à Igreja encha cada vez mais os corações dos homens. Assim como a vida da Igreja cresce com a assídua frequência do mistério eucarístico, assim também é lícito esperar um novo impulso de vida espiritual, se fizermos crescer a veneração pela palavra de Deus, que «permanece para sempre» (Is. 40,8; cfr. l Pe 1, 23-25).» DV 26

Após o Concílio Vaticano II e após ter sido redigida esta constituição, houve um florescimento de grupos bíblicos, uma renovação bíblica nível litúrgico, teológico e catequético; a divulgação da lectio divina; uma animação bíblica pastoral; a Sagrada Escritura ganha o lugar que nunca devia ter perdido: o coração e o pensamento de cada crente.
Para reflexão:
- qual é o meu contato com a Bíblia?
- costumo ler e meditar a Palavra com frequência?
- preocupo-me por aprender mais acerca da SE?


Carta Apostólica: Porta Fidei – algumas considerações
Baseado na passagem Bíblica de Act 14, 27: “Assim que chegaram, reuniram a igreja e contaram tudo o que Deus fizera com eles, e como abrira aos pagãos a porta da fé.”, o santo Padre convoca um Ano da Fé. Será que se perdeu fé? Será que a fé também está em crise? Será que é preciso tornar a beber da fonte para sabermos as razões da nossa fé? Será que temos dado testemunho vivo da fé?
São muitas as interrogações que nos podem surgir. Onde se alimenta a nossa fé? Para isto eu tenho duas respostas: na Palavra e no Coração. Diz o Santo Padre: que só é possível entrar-se na fé e na comunhão com o Pai (diapositivo 2) quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma.
A Palavra é anunciada e o coração fica plasmado para que a graça de Deus o transforme. È uma bela definição do que é ter fé. Confunde-se fé de acreditar com fé de satisfação pessoal. Claro que, quando se descobre que fé é acreditar e viver na vontade de Deus, a sociedade atual repele esta forma de viver, porque é mais fácil saber-se o que cada um quer e só se fazer o que se quer e ter quem satisfaça as suas próprias necessidades individuais.
Para que nada disto aconteça e a fé não seja uma mera satisfação de prazeres pessoais, o papa lembra que o início do itinerário da fé encontra-se no (diapositivo 3) Batismo. Entrar pela porta da fé e ser-se batizado, exige que se ouça a Palavra, se acredite na Palavra e se viva segundo a Palavra. Lembra o Catecismo da Igreja Católica no n.º 1266: (diapositivo 4) A Santíssima Trindade confere ao batizado a graça santificante, a graça da justificação que: 1, o torna capaz de crer em Deus, esperar n’Ele e O amar, pelas virtudes teologais; 2. Lhe dá poder de viver e agir sob a moção e pelos dons do Espírito Santo; 3. Lhe permite crescer no bem, pelas virtudes morais.
Assim, o Papa lembra a necessidade de (diapositivo 5) redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Será que as nossas faces transparecem esta alegria? Será que quem nos vê, vê Cristo? Costumo dizer e pensar (uma das coisas que mais me atormenta) se a minha vida está cada vez mais conforme a vida de Cristo. Às vezes pode haver uma acomodação exagerada na nossa maneira de ser e de estar. Será que alguma vez na vida iremos dizer “Somos servos inúteis?”. Quem me/nos encontra, encontra o brilho de Cristo?
Somos sal da terra e luz do mundo? Para que serve o sal se não for para salgar e para que serve a luz se não para iluminar? Seremos sal, tanto quanto mais sorrirmos e vivermos o sabor de Cristo no coração. Seremos mais luz, tanto quanto mais iluminarmos e formos farol para a vida dos que nos rodeiam. E reparamos como aqui está a base dos mandamentos: Amar a Deus (sal/sabor) e amar o próximo (luz/iluminar) (diapositivo 6) Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt 5, 13-16).
Quando alguém sente sede, somos a água que refresca ou somos o poço profundo que a estanca? D. António Couto, Bispo de Lamego e presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização, após o Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização diz que: não podemos ficar fechados em nós para que a água não fique inquinada (estanques) porque assim fica estragada. É preciso fazer sair a água. Penso que hoje a humanidade está mais cheia de sede do que nunca, tanto a nível físico como espiritual. Nós que fazemos parte do grupo de batizados, somos uma samaritana já iluminada por Jesus, ou uma samaritana que ainda precisa de encontrar Jesus. Diz o Papa: (diapositivo 7)  também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf. Jo 4, 14). Não há que ter medo de reconhecer isto. Há também que ter a coragem de ir mais vezes ao poço e não virar a cara à fonte da água.
Pode ainda acontecer que num qualquer momento da vida, e porque o sal se foi perdendo e, consequentemente a força da luz, surja a questão: (diapositivo 8) «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?» (Jo 6, 28). Quem se lembra da resposta de Jesus? «A obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou» (Jo 6, 29). E isto é algo de profundamente belo e exigente: Acreditar. Crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar definitivamente à salvação.
O Papa Bento XVI, utilizando palavras do Beato João Paulo II, deixa esta passagem que transmite a razão de ser da coincidência do Ano da Fé com os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II.  Os textos do Concílio (diapositivo 9)   «não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da Tradição da Igreja. Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa». Interessante esta palavra utilizada: bússola. A bússola como instrumento que orienta o caminho na direção certa (direção pretendida). O Concílio como o caminho para uma Igreja verdadeiramente: Anúncio, Colegial, que vive da Palavra, Caridade, Sinal, Missionárias, do Coração e da Razão.
Através dos textos do próprio Concílio, encontra-se o caminho para que se realize a renovação da Igreja através de uma passagem de testemunho entre todos os crentes: (diapositivo 10) os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou.
É por tudo isto que, (diapositivo 11) o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. É preciso conversão. Muita conversão. Uma conversão constante. Converter é mudar para melhor ou mudar uma coisa por outra. Não deveria ser assim o nosso ser? Constantemente em conversão? Somos assim? Há interesse para que assim se seja? D. António Couto, Bispo de Lamego, diz também que o “Sacramento da Nova Evangelização é o da penitência. Não o de uma penitência que é imposição para os outros, mas uma penitência/renovação/conversão que comece por nós para rever a nossa vida e mentalidade, indo ao encontro deste mundo para o abraçar em vez de excomungar.” (diapositivo 12) Só o amor leva à conversão!
«Caritas Christi urget nos(diapositivo 13) o amor de Cristo nos impele» (2 Cor 5, 14): é o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar. Mas será que nos sentimos assim? Impelidos a ir? A anunciar? A evangelizar? A deixar que a água do nosso poço transborde para fora e vá ao encontro dos que têm sede e dos que ainda não a sentem? Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, (diapositivo 14) Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Vai anunciar… vai pelo mundo fora… vai anunciar a Boa-Nova. Às vezes penso que não o faço nada bem… Mas também penso que vou conseguir fazer melhor. Às vezes penso que muitos outros dão melhor testemunho da fé porque falam, conversam, respiram a Palavra… Mas também penso que a Igreja, tem perdido muito o respirar da Palavra.
Para haver evangelização e nova evangelização, tem que existir convicção e empenho da parte de quem a faz, por isso é preciso urgentemente: (diapositivo 15) descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé. É preciso que haja compromisso missionário dos crentes, de nós! O que é a fé? O que é ter fé? O papa também nos relembra: experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria.
Por conseguinte, (diapositivo 16) só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus.
Ao longo do Ano da fé: (diapositivo 17) Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre. Neste Ano, tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas, encontrarão forma de fazer publicamente profissão do Credo.
Três são os pontos fundamentais que durante o ano da fé, e durante o nosso peregrinar, devemos viver mais intensamente: (diapositivo 18) 1. o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada convicção, com confiança e esperança; 2. intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia, que é «a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força»; 3. o testemunho de vida dos crentes cresça na sua credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada.
Qual é o percurso então a percorrer? Como fazer as coisas? O que está cada um disposto a fazer para que a fé seja professada, celebrada e vivida? O Santo Padre deixa-nos as Palavras do Apóstolo Paulo: (diapositivo 19) «Acredita-se com o coração e, com a boca, faz-se a profissão de fé» (Rm 10, 10). (diapositivo 20) O coração indica que o primeiro ato, pelo qual se chega à fé, é dom de Deus e ação da graça que age e transforma a pessoa até ao mais íntimo dela mesma.
A este respeito, é muito eloquente o exemplo de Lídia. Narra São Lucas que o apóstolo Paulo, encontrando-se em Filipos, num sábado foi anunciar o Evangelho a algumas mulheres; entre elas, estava Lídia. «O Senhor abriu-lhe o coração para aderir ao que Paulo dizia» (Act 16, 14). O sentido contido na expressão é importante. São Lucas ensina que o conhecimento dos conteúdos que se deve acreditar não é suficiente, se depois o coração – autêntico sacrário da pessoa – não for aberto pela graça, que consente ter olhos para ver em profundidade e compreender que o que foi anunciado é a Palavra de Deus.
Na forma individualista e egoísta do viver atual, com facilidade se tem caído no individualismo exagerado da fé: eu cá tenho a minha fé (parecendo que há várias fés); Não preciso de ir à Igreja para rezar (como que a Igreja seja simplesmente um conjunto de pedras edificadas e não o conjunto de pessoas que se unem na mesma fé e na mesma esperança). Por isto é que a fé é mais do que a boca: é o coração que testemunha na vida pública o que se acredita! (diapositivo 21) O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um facto privado. A fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele. «Estar com Ele» leva a que se esteja n’Ele. Estar com Jesus é entrar dentro de Si mesmo e permanecer a ouvi-l’O com serenidade. È aprender d’Ele a acreditar e a ter a necessidade de dizer “Senhor, aumenta a minha fé”.Será que alguma vez a fé é tão grande que não precise de crescer mais? Como vai crescendo, vai também tornando a nossa pessoa mais responsável no que acredita “com o coração, com a alma, com o entendimento e com as forças”. Não deveriam existir mais dias de Pentecostes? Ou o dia de Pentecostes não deveria acontecer todos os dias?.
(diapositivo 22) A própria profissão da fé é um ato simultaneamente pessoal e comunitário. Primeiro eu descubro e depois eu respondo com o testemunho comunitário. Eu creio; nós cremos!
A fé é uma adesão e para que haja adesão implica-se que, quando se acredita, se aceita livremente todo o mistério da fé, porque o garante da sua verdade é o próprio Deus, que Se revela e permite conhecer o seu mistério de amor.
Por outro lado, não podemos esquecer que, (diapositivo 23) no nosso contexto cultural, há muitas pessoas que, embora não reconhecendo em si mesmas o dom da fé, todavia vivem uma busca sincera do sentido último e da verdade definitiva acerca da sua existência e do mundo. Esta busca é um verdadeiro «preâmbulo» da fé, porque move as pessoas pela estrada que conduz ao mistério de Deus. Muito se procura a Porta da Fé. No estudo entregue à conferência episcopal onde se dizia que são cerca de 14% os que se consideram não crentes e sem religião, pode estar aqui um dos sinais de que a porta da fé está a ficar mais desocupada, ou seja, é procurada, mas não há orientação suficiente para que seja encontrada!
Se é o Concílio Vaticano II um meio de caminhar em solidificação da fé, também o (diapositivo 24) Catecismo da Igreja Católica apresenta uma síntese sistemática e orgânica da fé. Nele, de facto, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de história. Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja, desde os Mestres de teologia aos Santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé.
1. Profissão de Fé – 2. Celebração do Mistério cristão – 3. Vida em Cristo – 4. Oração
Ao longo deste tempo, manteremos o olhar fixo sobre Jesus Cristo, «autor e consumador da fé» (Heb 12, 2): n’Ele encontra plena realização toda a ânsia e anélito do coração humano. A alegria do amor, a resposta ao drama da tribulação e do sofrimento, a força do perdão face à ofensa recebida e a vitória da vida sobre o vazio da morte, tudo isto encontra plena realização no mistério da sua Encarnação, do seu fazer-Se homem, do partilhar connosco a fragilidade humana para a transformar com a força da sua ressurreição. N’Ele, morto e ressuscitado para a nossa salvação, encontram plena luz os exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos da nossa história de salvação.
(diapositivo 25) Pela fé, Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio de que seria Mãe de Deus na obediência da sua dedicação (cf. Lc 1, 38). Ao visitar Isabel, elevou o seu cântico de louvor ao Altíssimo pelas maravilhas que realizava em quantos a Ele se confiavam (cf. Lc 1, 46-55). Com alegria e trepidação, deu à luz o seu Filho unigénito, mantendo intacta a sua virgindade (cf. Lc 2, 6-7). Confiando em José, seu Esposo, levou Jesus para o Egipto a fim de O salvar da perseguição de Herodes (cf. Mt 2, 13-15). Com a mesma fé, seguiu o Senhor na sua pregação e permaneceu a seu lado mesmo no Gólgota (cf. Jo 19, 25-27). Com fé, Maria saboreou os frutos da ressurreição de Jesus e, conservando no coração a memória de tudo (cf. Lc 2, 19.51), transmitiu-a aos Doze reunidos com Ela no Cenáculo para receberem o Espírito Santo (cf. Act 1, 14; 2, 1-4).
(diapositivo 25) Pela fé, os Apóstolos deixaram tudo para seguir o Mestre (cf. Mc 10, 28). Acreditaram nas palavras com que Ele anunciava o Reino de Deus presente e realizado na sua Pessoa (cf. Lc 11, 20). Viveram em comunhão de vida com Jesus, que os instruía com a sua doutrina, deixando-lhes uma nova regra de vida pela qual haveriam de ser reconhecidos como seus discípulos depois da morte d’Ele (cf. Jo 13, 34-35). Pela fé, foram pelo mundo inteiro, obedecendo ao mandato de levar o Evangelho a toda a criatura (cf. Mc 16, 15) e, sem temor algum, anunciaram a todos a alegria da ressurreição, de que foram fiéis testemunhas.
(diapositivo 25) Pela fé, os discípulos formaram a primeira comunidade reunida à volta do ensino dos Apóstolos, na oração, na celebração da Eucaristia, pondo em comum aquilo que possuíam para acudir às necessidades dos irmãos (cf. Act 2, 42-47).
Pela fé, os mártires deram a sua vida para testemunhar a verdade do Evangelho que os transformara, tornando-os capazes de chegar até ao dom maior do amor com o perdão dos seus próprios perseguidores.
(diapositivo 25) Pela fé, homens e mulheres consagraram a sua vida a Cristo, deixando tudo para viver em simplicidade evangélica a obediência, a pobreza e a castidade, sinais concretos de quem aguarda o Senhor, que não tarda a vir. Pela fé, muitos cristãos se fizeram promotores de uma acção em prol da justiça, para tornar palpável a palavra do Senhor, que veio anunciar a libertação da opressão e um ano de graça para todos (cf. Lc 4, 18-19).
Pela fé, no decurso dos séculos, homens e mulheres de todas as idades, cujo nome está escrito no Livro da vida (cf. Ap 7, 9; 13, 8), confessaram a beleza de seguir o Senhor Jesus nos lugares onde eram chamados a dar testemunho do seu ser cristão: na família, na profissão, na vida pública, no exercício dos carismas e ministérios a que foram chamados.
Pela fé, vivemos também nós, reconhecendo o Senhor Jesus vivo e presente na nossa vida e na história.
(diapositivo 26) O Ano da Fé será uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho da caridade. Recorda São Paulo: «Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade» (1 Cor 13, 13). A Caridade é a perfeição do amor de Deus e em Deus (Agapé). Este é o horizonte para o qual caminhamos, mas também é a meta a atingir através das obras praticadas e vividas.
Já no termo da sua vida, o apóstolo Paulo pede ao discípulo Timóteo que «procure a fé» (cf. 2 Tm 2, 22) com a mesma constância de quando era novo (cf. 2 Tm 3, 15). Sintamos este convite dirigido a cada um de nós, para que ninguém se torne indolente na fé. Esta é companheira de vida, que permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza por nós. Solícita a identificar os sinais dos tempos no hoje da história, a fé obriga cada um de nós a tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo. (diapositivo 27) Aquilo de que o mundo tem hoje particular necessidade é o testemunho credível de quantos, iluminados na mente e no coração pela Palavra do Senhor, são capazes de abrir o coração e a mente de muitos outros ao desejo de Deus e da vida verdadeira, aquela que não tem fim.

domingo, 18 de novembro de 2012

PREPARAÇÃO DA FESTA DE CRISTO REI!

A todos os Servos e simpatizantes:
O senhor Assistente Geral sugere a realização deste trabalho, como preparação da Festa de Cristo Rei. Mas aconselha-nos a trabalhar até ao início do Ano Litúrgico, depois haverá mais..., utilizando as Regras de Vida Espiritual que o Senhor D. João nos legou, as quais foram elaboradas pelo seu próprio punho, para ver se conseguimos colocar todos os inimigos de Cristo debaixo dos seus pés.
Não vai ser tarefa fácil, pois desconhecemos quantos são e onde andam. Alguns é provável que residam em nós, conforme se questiona o Assistente. E, acrescenta, temos de escolher, para cada dia, tantas regras para viver, quantas as necessárias para procedermos à sua expulsão. Se nos esvaziarmos do espírito do mal, criaremos mais vácuo para permitirmos a entrada do Bem.
Aqui fica o trabalho e a informação sobre um dos escritos onde se podem encontrar as referidas Regras.
A primeira é mais específica da vida comunitária, mas vou registar as três seguintes, para ajudar quem tiver preguiça de as procurar:
2ª-Aperfeiçoem, dia a dia, a conformidade da sua vontade, com a de Deus e a sua confiança n'Ele.
3ª-Tudo o que  pensarem, fizerem, ou disserem seja só para dar maior prazer ao Senhor.
4ª-Afastem do coração todo o amor desordenado às criaturas. Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu, disse Jesus.
FESTA DE CRISTO - REI - 2012 -
(Da 1ª Carta aos Corintos 15, 22 ss)
 “ …E, como todos morrem em Adão, assim em Cristo todos
voltarão a receber a vida. Mas cada um na sua própria ordem: primeiro, Cristo; depois, aqueles que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. Depois, será o fim: quando Ele entregar o reino a Deus e Pai, depois de ter destruído todo o principado, toda a dominação e poder. Pois é necessário que Ele reine até que tenha colocado todos os inimigos debaixo dos seus pés. O último inimigo a ser destruído será a morte, pois Deus tudo submeteu debaixo dos pés dele…”

“ Pois é necessário que Ele reine até que tenha colocado todos os inimigos debaixo dos seus pés”.

Breve comentário e convite:
·   Foi desta carta, 1ª aos Corintios, 15 e deste versículo 25, que o Sr. D. João retirou a divisa para a OBRA.
·   Na verdade e muitas vezes ainda, Cristo continua a não poder reinar pois os inimigos ainda não estão todos colocados sob os seus pés. Quantas vezes não residirão eles em nós.
·   Como vencê-los e como submetê-los a Jesus Cristo? Não deixando, julgo eu, que os mesmos nos escravizem; é que, relamente, somos chamados a reinar com Jesus. Não o conseguiremos fazer enquanto outros (deuses) reinarem em nós e de nós receberem culto idolátrico.
·   Para os podermos vencer, o próprio sr. D. João encarregou-se de nos deixar uma maneira muito prática, que exprimiu e consagrou nas vinte e oito regras de vivência comunitária. Quando cumpridas integralmente, podemos dizer que o seu reinado é bem mais visível em nós, na Igreja e nos outros.
·   Vamos celebrar a Festa de Cristo Rei. Prepará-la é nosso dever.    Continuar a celebrá-la depois, só isso dará sentido à sua preparação.
·   Venho pois propor, a título particular, sabendo que muitas de vós já o realizam, que cada uma possa escolher / sortear entre as vinte e oito Regras tantas quantas as necessárias para cada dia até ao início do novo Ano litúrgico. Desse modo, não só celebraremos mais intensamente a Festa de Cristo Rei, que ninguém sabe quando acontecerá, como teremos a certeza de que não deixamos de preparar também a Solenidade do Nascimento do mesmo Rei.

Liga dos Servos de Jesus
Rochoso, 2012-11-17
P. Alfredo Pinheiro Neves
(As vinte e oito regras encontram-se também escritas em: D. João de Oliveira Matos, escritos espeirituais 1927-1938 revisitados).

sábado, 17 de novembro de 2012

INÍCIO DO NOVO PLANO DE ATIVIDADES...


Foi o encontro de reflexão, no Rochoso, o primeiro deste ano pastoral. Já tinha havido uma reunião de Coordenadoras locais, para que estas pudessem deixar sugestões para a execução do Plano de Atividades para este ano.
Em ambiente de expetativa, sobre quem seria o orientador, acabamos por sentir alegria, pelo facto de vermos o senhor Pe Ângelo quase capaz de enfrentar um trabalho ainda mais "duro" do que levar um grupo, considerado não muito fácil, a uns momentos de reflexão sobre o Ano da Fé. É que tínhamos apanhado um susto, na véspera, com a situação do seu estado de saúde. 
Demos graças a Deus por ter sido apenas um susto!
As possíveis limitações, bem disfarçadas, não lhe roubaram o entusiasmo na abordagem do tema. E satisfez a audiência, já que os comentários que se ouviam, direta ou indiretamente, eram francamente favoráveis.
Aguarda-se o envio do trabalho apresentado, para se colocar aqui, à disposição de quem não conseguiu estar presente.
De momento, ficam apenas umas notas sobre o comentário aos textos litúrgicos do dia.
Jesus fala aos discípulos sobre o que deve ser "orar, sem desfalecer". Pedimos, e, por vezes, parece-nos que Deus não nos ouve.
Uma viúva pediu a um juiz para lhe fazer justiça, mas ele não lhe dava ouvidos. A viúva insistiu, até que o juiz disse: "vou fazer justiça, para que ela não me incomode mais..."
Se o juiz tomou esta decisão por um motivo tão banal, Deus, que nos ama, não havia de atender os nossos pedidos? Não havia de fazer justiça a quem pede dia e noite? Claro que faz!
Deus não nos despacha, ouve-nos com atenção e atende os nossos pedidos. A Ele, porém, compete discernir o que é bom para nós e nem sempre coincide com os nossos desejos, daí que nos queixemos que Deus não nos ouve.
Aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a meditam dia e noite, são dignos de ser atendidos.
Vivemos uns com os outros e devemos cuidar uns dos outros, ainda que os outros não sejam dos "nossos". "Fazer o bem, sem olhar a quem!"
Dois grandes pilares da nossa vivência da fé:
-Amor a  Deus
-Amor ao próximo
Feliz o que ouve a Palavra e a vive com Deus e com o próximo.
Santa Isabel da Hungria, a santa que hoje celebramos, viveu assim. Teve uma vida curta, mas vivida em plenitude, no amor a Deus e ao próximo!
Não nos esqueçamos, de, como a Samaritana, correr para a fonte com o nosso cântaro vazio e deixar que Jesus o encha com a sua graça!