sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

PARA AS QUE ESTÃO LONNNNNNNNNNNNNNNGE!

Este é o Menino da capela pequenina...
Este é da capela grande...
Este é o da entrada...
Feliz Natal, Missionárias,
Para vós e para todo
O que, nas tarefas várias,
Colabora com denodo!

Este é o Menino de cá:
O daí, também é assim?
Tudo o que tem Ele nos dá,
Sem ter o interesse por fim.

A própria vida ofereceu
Ao Pai, por sua vontade;
Não fora assim, e o céu,
Para nós não era verdade.

Só assim Ele deu sentido
À sua humanidade;
Não queria o homem perdido...
Redimiu toda a maldade.

Ó Menino Universal,
Que estais connosco e com elas!
Em Angola, ou em Portugal,
Tornai nossas vidas belas.

Beleza que não perece
E dá sentido ao viver;
Espelha-a a alma em prece,
Pois nasce fundo em seu ser!

BOAS FESTAS!
FELIZ 2011!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

RESIDÊNCIA JÁ HÁ. O QUE FALTA?


Acabamos de receber estas fotografias e algumas notícias das nossas queridas missionárias. Será que podemos colocar na sua boca o cântico bíblico: "Vinde, vinde, tudo está preparado?"
Também poderíamos pensar que nem todos os convidados estão equipados com a veste nupcial, referindo-nos, como é evidente, à disponibilidade para partir para essas terras longínquas, nas quais se exige, além de disponibilidade, abnegação, renúncia, espírito de serviço e muitas mais qualidades, cuja enumeração se tornaria morosa, mas que são subejamente conhecidas de todos aqueles que já vislumbraram o apelo de Deus.
Neste Natal, o Menino vai continuar a bater às portas. Quem quer abrir?
As nossas Irmãs dizem estar bem, apesar da "transparência", e mandam um abraço natalício para todos os Servos e Simpatizantes.
Em troca, nós vamos dar-nos todos as mãos, fazer uma roda de grandes dimensões e protegê-las, utilizando todos os meios que tivermos ao nosso alcance. Sabem quais, não sabem?
Que a Sagrada Família vá à nossa frente e não as deixe sentir nem um só momento de solidão, ou de desalento. Que lhes conceda a graça de continuarem a ser o nosso modelo de persistência, de desprendimento e de amor ao trabalho, em ordem à expansão do Reino de Deus, como era vontade do nosso Fundador.
Sempre unidas, apesar da distância!

domingo, 12 de dezembro de 2010

ENCONTRO DE SERVOS EXTERNOS, EM LISBOA!


 "Felizes os que dão fruto pela perseverança!..."

Dezembro, mês do Natal. Visitam-se as famílias, de perto e de mais longe, pois o amor e a amizade não têm distância definida, chegam aos lugares mais incríveis. Neste caso preciso, houve, como é evidente, presença física. Noutros, será a presença espiritual, não menos valiosa, requerendo, porém, uma fé mais profunda, da parte de quem está distante.
Refere-se, aqui, o encontro de Servos Externos, realizado, ontem, dia 11, em Lisboa, como anunciam vários motivos, apresentados neste Blog. Estiveram presentes 14 Servos, uma boa dose de fermento que vai, por certo, levedar grande quantidade de massa, naquela que é a maior cidade de Portugal!
E constou de quê, este encontro, para além da partilha e renovação da amizade que nos une?
Houve um primeiro momento ocupado na transmissão de informações, relativas às actividades que constam do Plano Anual, que já se foram concretizando, ou que estão agendadas.
Os nossos Coordenadores não param. Ainda que nós nos esqueçamos, por momentos, do que há para fazer, eis que tudo se desenvolve, normalmente, e no momento exacto.
Bem hajam, por se manterem vigilantes!
Bem nos repete a Liturgia do Advento: “Chegou a hora de nos levantarmos do sono…”. Mas, para nós, só algo que fale mais alto nos poderá despertar. O que será, afinal?
Aguardemos…
Seguiram-se as actualizações sobre o andamento do processo de Beatificação do Senhor D. João, um assunto de interesse para todos, e sobre o projecto iniciado em Angola, que, conforme consta, e no que se refere ao edifício material base, está em fase bastante avançada. Quanto ao mais importante, quem poderá manifestar-se sobre ele?
Ninguém duvida que as Irmãs têm trabalhado, e muito, na expansão do Reino. Mas este labor não é mensurável. Só esperamos que não se esforcem para além das faculdades que Deus lhes dá, pois gostaríamos de as ver brevemente, e, de preferência, rejuvenescidas.
Reflectiu-se, em seguida, sobre o Evangelho de S. Mateus, sempre tendo como referência os “Escritos”, do Senhor D. João. É o que a Liturgia nos “serve” durante este ano A, há pouco iniciado, como manjar suculento.
Se conseguirmos “digerir”, nem que seja uma pequena parte, já nos podemos considerar felizes, quando o ano chegar ao seu términos.
Por fim, surgiu o momento auge do dia, a celebração Eucarística, como gostava o nosso Fundador, que se fizesse, sempre que possível. Foi muito vivida pelo grupo, que é detentor de formação suficiente, para reconhecer que esta é a parte mais importante de qualquer encontro.
Como não conseguimos separar o espírito do corpo, ainda que, por vezes, e nos momentos de maior entusiasmo, tenhamos essa ilusão, o encontro terminou com um lanche convívio, durante o qual se colocaram as mais diversas questões, para que as notícias ficassem bem actualizadas.
Do descrito, são prova as fotografias que se podem observar no início deste post.
Até ao próximo encontro, Servos de Lisboa. Se, todavia, passarem pela Beira, antes dessa data, não hesitem em bater a uma das nossas portas.
BOM NATAL!




sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

SAUDADES!...

Ó Irmãs, lá das Missões,
Andam tão silenciosas!...
Receio que "as confusões"
Lhes cheguem aos corações
E tragam horas penosas...

Ou é próprio deste tempo?!
É bem possível... Porém,
Mesmo por ser Advento,
Diz de Jessé o Rebento 
Que a tristeza não faz bem!

Silêncio, a sós, com Ele,
E em derredor, alegria!
Tudo o que é mal se repele,
Espera-se o Emanuel,
Deus connosco e com Maria!

Tudo o que nos distancia
É tão só físico espaço!
Encurta-se, todavia,
Na vida do dia a dia:
Seguimo-las, passo a passo!

Estamos tão unidinhas,
Parece que estou a vê-las!
Isto não são coisas minhas,
Ninguém as quer ver sozinhas,
Nessas tarefas tão belas!

sábado, 20 de novembro de 2010

SOLENIDADE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO!

ENCONTRO DE REFLEXÃO E ORAÇÃO,  NO ROCHOSO!
Nada mais a propósito do que falar de Cristo Rei. Véspera da grande solenidade que encerra o ano litúrgico, organização a cargo da Casa de Cristo Rei, da Ruvina, entre outras... Não era possível esquecer estes factores. E assim aconteceu.
Para iniciar, esclarecemo-nos sobre o verdadeiro nome da solenidade, enunciado pelo povo de Deus como festa de Cristo Rei. De facto, nós temos o dever de saber mais, temos de estudar, de pesquisar, de rezar estes assuntos.
É o coroar dos anos A, B e C, 156 domingos que compõem um ciclo litúrgico de três anos. Agora, vamos iniciar, de novo, o ano A.
Como é o reinado de Cristo?
A princípio, o povo pensava que era um reinado temporal, terreno. Só mais tarde se passou a considerar Cristo, Rei de um reinado espiritual, teologicamente falando.
Comecemos por reflectir sobre o reinado de Cristo, na Sagrada Escritura.
Antigo Testamento:
Génesis: Desde Abraão, há uma ligação afectiva e efectiva a Cristo Rei, entre Deus e o seu povo, povo constituído precisamente por Abraão e a sua descendência. Deus aparece como guia do seu povo.
Êxodo: "Eu sou Aquele que sou", disse Deus a Moisés. Era Israel o povo de Deus.
Depois de terem atravessado o Mar Vermelho a pé enxuto, Moisés cantou: "O Senhor reinará eternamente e para sempre...". Mas o povo era duro de coração e voltava a duvidar.
Samuel: O povo rejeita o que o profeta lhe transmite e Deus diz: "Não é a ti que rejeitam, mas a Mim..."
Veio a monarquia, que devia estar subordinada à realeza de Deus, mas os reis foram infiéis.
O Reino de Deus ainda não era considerado um reino espiritual. Só mais tarde isso aconteceu.
Isaías: "Aí está o vosso Rei".
Ezequiel: "Eis que eu mesmo cuidadrei das minhas ovelhas". O Rei pastor...
Isaías: "Este será um Reino universal. O Senhor do Universo reinará glorioso".
Daniel: "Foram-lhe dadas todas as nações".
Novo Testamento:
Continua a ideia de um reinado terreno.
Mateus: A mãe do filhos de Zebedeu pediu a Jesus: "Que no teu reino, os meus filhos se sentem um à tua direita, outro à tua esquerda".
João: "Querendo fazer d'Ele Rei, retirou-Se". "O reino de Deus já chegou, está no meio de vós".
O reino de Deus tem o primeiro lugar na pregação de Jesus. Jesus nunca procurou um reinado à maneira dos homens.
Quando João enviou os seus discípulos a perguntar a Jesus: "És tu Aquele que há-de vir, ou devemos esperar outro?" Jesus respondeu-lhes: "Ide dizer a João o que vistes e ouvistes..."
O reino de Deus é como a semente;
Crescerá como o grão;
Crescerá como fermento na massa;
Converter-se-á numa árvore frondosa;
Depois do Pentecostes, o reino de Deus é tema da pregação.

Seguiu-se um trabalho de grupo sobre várias citações da Sagrada Escritura. Após a apresentação das conclusões de cada grupo, que levaram os participantes a um reflexão mais profunda do tema, fez-se um brevíssimo intervalo e um tempo de adoração ao Santíssimo Sacramento, solenemente exposto, já que é um dos pontos fortes do carisma da Liga dos Servos de Jesus.
Um almoço convívio e um intervalo ajudaram-nos a preparar a parte da tarde.
Recomeçaram os trabalhos às 14:30h, com as questões: Como é o Reino de Deus? Como é que o devo viver?
Que realeza viveu Jesus?
É estranho que Jesus, que várias vezes recusou o epíteto de Rei,  mandou baixar a espada a Pedro, fugiu, quando queriam aclamar publicamente a sua realeza, Se tenha declarado perante a questão de Pilatos: "Tu és o Rei dos Judeus?" É como dizes, sou Rei, para ser Rei nasci e vim ao mundo". "O meu Reino não é deste mundo".
Ali, perante as autoridades romanas, está só, os discípulos abandonaram-n'O, fugiram...
Como se compreende?
O Filho do homem recebe de Deus um Reino do tamanho do Universo. "Todos os povos O serviram..."
Ele é o Princípio e o Fim de todas as coisas, o Alfa e o Ómega, o Senhor do Universo. Aquele que é, que era e que há-de vir a ser...
O meu Reino não é deste mundo. Os reis deste mundo mandam, oprimem, são injustos, usam as armas...
A realeza de Jesus, é uma realeza que toca os corações. Deixamo-nos tocar?
Os cristãos, e, de um modo especial, os Servos de Jesus, percebem que podem confiar neste Jesus e são convidados a fazer d'Ele o centro das suas vidas.
Jesus está no centro das nossas comunidades, das nossas paróquias, das nossas famílias? É para nós referência fundamental?
Os valores de Jesus influenciam a nossa vida de Servos, de Membros da Liga?
Como podemos contribuir para que o cântico "É preciso que Ele reine", extraído da Carta de S. Paulo aos Coríntios, seja realidade?
Só alguém que compreenda verdadeiramente a vida de Jesus, pode proclamar este lema. Fazer reinar Jesus no mundo e no coração do homem.
Isto é missão fundamental de todos os cristãos, que os Servos de Jesus devem viver de forma excelente.
Só quando este reinado for implantado, o mundo será o que deve.
A partir deste lema, o Senhor D. João intuiu a necessidade de fundar a Liga.

Como podemos conhecer melhor Jesus?
1. Através da Palavra de Deus: ler, meditar, esmiuçar, digerir...
2. Na oração. pessoal, comunitária, sacramentos, sobretudo eucaristia...
2. Na vivência da Palavra: Serviço (Somos Servos)
4. No testemunho de alguém idóneo
5. Na criação e todas as suas maravilhas
6. Através do Magistério da Igreja (Sagrada Escritura e Tradição)
7. No amor ao próximo
É na Bíblia que melhor podemos conhecer a pessoa da Jesus. Devemos começar a leitura da Sagrada Escritura pelos evangelhos e não pelo Génesis. Os evangelhos iluminam toda a Bíblia.
A nossa oração deve ser dialogante. A oração particular deve levar-nos à oração comunitária. As duas completam-se.

Quais são os valores actuais da sociedade?
-Indiferença
-Descrença
-Relativismo
-Adonismo
-Consumismo
-Egoismo
Os Servos de Jesus devem ter a coragem de ser diferentes e contrapor a estes valores os seus próprios valores:
-Fé
-Santidade
-Humildade
-Rectidão
-Honestidade
-Integridade
-Amor fraterno, para superar o ódio, a inveja que tanto perturba uma vivência sadia.
Só o amor vence!
"Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei".


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

FOI NUM "AI"!...

A IRMÃ BÁRBARA TAMBÉM JÁ SE MUDOU PARA A RESIDÊNCIA DEFINITIVA!
Repetia, com muita frequência, que ia para o céu, e, quando nós tentávamos convencê-la de que ainda faltava muito, fazia, com a mão, aquele gesto de ameaça, que aprendeu do comum dos mortais, e que significa: "logo vês!"
Desta vez, foi mesmo verdade. E foi ontem, precisamente, que tivemos este diálogo.
Sem dar trabalho a ninguém, nem emitir ruídos que podem impressionar, partiu e nada mais disse. Eram 10:15h, sensivelmente.
Com as suas limitações características, podemos afirmar que era uma alma de oração e de apóstola. Costumava informar-nos de quantos terços rezava, por este, por aquele... e eram muitos. Já no leito de morte, e a definhar de momento a momento, por gestos, à pergunta. "quantos terços, hoje?" respondeu que só com o pensamento.
Hospitalizada durante duas semanas, à chegada das visitas pedia sempre que lhe levássemos a colega da Cerdeira, também surda muda, e com quem se entendia muito bem, porque lhe queria falar de Jesus. Uma outra preocupação, que acabou por resolver, foi que lembrássemos à sobrinha, que está a tratar do tio e seu irmão, que vai fazer 103 anos, que pedisse para ele a Santa Unção. Informadas, tranquilizámo-la, dizendo que já lhe tinha sido ministrada mais do que uma vez.
Um anseio que ainda conseguiu satisfazer, graças ao carinho que os sobrinhos sempre lhe devotaram, foi ver a bebé de dois meses,  que aqui esteve, ontem, com os pais e avó, visita da qual só perscindiu, no Hospital, depois de ter percebido o risco que podia correr, ao entrar ali.
Humanamente, partiu consolada, já que recebeu todos os familiares mais próximos, no sábado e no domingo.
Espiritualmente, ainda mais. Uma das suas preocupações foi sempre a oração, na qual se inclui  a participação na Eucaristia e a Adoração ao Santíssimo.
E, posso acrescentar, foi sempre uma pessoa trabalhadora e muito cumpridora dos seus deveres, com preocupação de fazer tudo com a máxima perfeição possível.

sábado, 6 de novembro de 2010

NOTÍCIAS...

Só Deus nos pode valer!...
Embora estejamos a decrescer em número, pelas perdas com que somos frequentemente surpreendidas, temos que continuar a nossa caminhada com um pouco mais de esforço, já que, naturalmente, alguma pressão se faça sentir. E, se não fosse a certeza que Deus prometeu, e que não pode faltar, de que estaria sempre connosco, humanamente, quase sucumbiríamos ao fracasso. Mas damos graças a Deus porque assim não é, e por isso continuamos de cabeça levantada e a cantar "Aleluias".
A Irmã Adelaide disse-me que te mandasse alguma notícia do que vamos fazendo, porque, por aí, gostam de saber.
Mando, pois, um pequenino texto que "enfiei" no ficheiro do artigo anterior, mas o computador não me deixou alterar o nome sob ameaça de não poder ser utilizado, daí a desconexão.

Comentário: Continuemos a acreditar na comunicação dos Santos e alimentemos a nossa confiança em Deus, com o exemplo deste grupo que, embora reduzido em número, nos surpreende com o seu entusiasmo e optimismo!

Entre alguns trabalhos que nos são solicitados, registamos dois a que tentámos dar resposta e que foram efectuados na última semana de Outubro. Realizou-se um retiro de três dias, para ministros extraordinários da Comunhão, muitos dos quais são também catequistas. Foi-nos pedido que ocupássemos uma tarde, das 14,30 às 18 horas, sobre o tema “Adoração Eucarística”. Eram 98 pessoas, sendo a maioria homens. No dia mundial das Missões, houve Eucaristia no largo, frente à igreja, e os participantes do retiro renovaram o seu compromisso missionário, na celebração eucarística. No fim, seguiu-se o almoço de confraternização para todos eles, com convite à equipa interveniente no retiro. Foram uns momentos agradáveis.
Na semana seguinte, foi-nos pedido, também, para orientarmos um retiro de uma manhã, para um grupo do Movimento da Legião de Maria, a um grupo de 150 pessoas, entre as quais estava um grupo de 30 jovens. É um movimento fortemente implantado aqui em Angola. Como a recitação do rosário faz parte das actividades do movimento, uma de nós orientou o terço com alguma solenidade. Outra fez uma palestra sobre a espiritualidade do Movimento. Terminou com uma adoração Eucarística. É claro que tudo foi previamente preparado.
Se foi proveitoso, Deus o sabe! ... Uma coisa é certa, mostram-se interessados e pedem sempre os apontamentos que preparamos para tirarem fotocópias. Nós somos as primeiras a beneficiar, pois temos que fazer pesquisas para documentar o nosso trabalho e isso  enriquece-nos.

Notícias da nossa casa:
Na residência, já foram colocadas as portas e as janelas, o teto falso, e estão a colocar os mosaicos no chão e paredes da cozinha e dos WC. Mando apenas duas fotos do exterior.

O que está feito ainda carece de umas pequenas correcções.
Vão, também, fotos de três momentos da celebração, do dia missionário, e que, em certa medida, se liga ao 1º trabalho acima referido.






segunda-feira, 1 de novembro de 2010

TODOS OS SANTOS/FIÉIS DEFUNTOS!

VISITA AO CEMITÉRIO!

Também lá fui, como fizeram tantos outros!
Deu para pensar, para reflectir…
Para rezar, e até para sorrir,
Pois eram lágrimas de saudade,
Nas quais se antevia a amizade,
De quem já tantos entes viu partir…


O meu sorriso apaziguou
Quem a tristeza me confessou!
Valeu a pena, não foi em vão,
Ali, qualquer um se julga irmão.
Tem lá seu fim a vida humana,
Porém a alma ao céu voou.


Tantas das nossas ali ficaram,
Mas se evolaram até ao Pai;
Todas lembradas, ornamentadas,
E nós, em prece, afervoradas,
Porém, sabendo que é para nós,
O que do nosso coração sai.


Havia umas mais conhecidas,
Pois que lidavam com muita gente;
Porém, a morte não foi diferente!
Mas quem impede amizades antigas,
De se empenharem em suas vidas,
Por as guardar na sua mente?


Não vemos preces dos que ali vêm,
Já que se trata de algo invisível;
Adivinhá-los é quase possível,
Pois deixam rosas, lírios e flores,
Em gratidão, por tantos favores
E por tudo o mais que é imperecível.


Nestas se conta a Irmã Maria Rita,
A Ir Pereira, a D. Elisa e outras mais,
Que, para a sua época, foram as ideais;
No trabalho, no exemplo de quem se dá,
Sem interesse pelo que se recebe cá,
Na expectativa de ter do Além a grande dita.


Aproximam-se os vinte anos de “morada”,
Para aquela que desta “barca” se ausentou;
Fácil não foi a herança que nos legou,
Mas rocha dura devia ser o apoio seu,
Constituída pelo Senhor e Rei do céu,
Que a recompensa lhe tinha já reservada.


Já tem direitos adquiridos pelo tempo
Que está em Deus, a gozar em plenitude;
Tal progresso fez na terra, na virtude,
Que a porta do céu se abriu de par em par
E fácil foi descobrir lá o seu lugar,
Donde nos volve um olhar muito atento!


A todas as que ali estão nós recorremos,
Sabemos que, do Pai, tudo alcançam!
Os problemas desta terra já nos cansam,
Ajudem-nos a manter viva a esperança
E a trabalhar em ordem à mesma herança,
Não só para nós, mas para os que connosco temos!





domingo, 24 de outubro de 2010

INÍCIO DAS ACTIVIDADES QUE CONSTAM DO PLANO ANUAL:


RETIRO, NO ROCHOSO!
Desta vez, o sacerdote convidado era muito optimista, ou seriam as lentes que o induziram em erro?
É que, quando começou, considerou-nos já com o processo de canonização concluído, e mostrou-se muito atrapalhado, pois afirmou: "Retiro às pessoas santas, meu Deus!"
E nós, que nos conhecemos minimamente, pensámos: "Devíamos sê-lo, por razões óbvias. Já ouvimos tanta coisa!..." Mas viver o que ouvimos?! Aqui está o cerne do atraso...
Contudo, não nos quer ver desalentados e falou-nos de esperança...
Tendo por base o documento do Papa Bento XVI, "Spes Salvi", alertou-nos para  o esforço que devemos fazer em ordem a alimentar e aumentar a virtude da esperança, em nós e nos outros.
Onde podemos ir buscar a esperança?
Busquemo-la:
- Na oração
- Na acção
- Vivamo-la na eternidade
O que nós aprendemos serve mais para a eternidade do que para aqui.
COMO FAZER ORAÇÃO?
Podemos abrir a Sagrada Escritura e fazer oração para nós. Isto parece muito fácil. Mas, se quisermos explicar aos outros como fazer, concretamente, já temos mais dificuldade.
O 1º e essencial "lugar" para a esperança é a oração.
"Quando já ninguém mais me escuta, Deus ainda me ouve", Bento XVI, SS-32
"Aquele que faz oração, jamais estará só".
Consideremos o exemplo do Cardeal Thuan: Esteve preso durante 13 anos, dos quais, 9 em isolamento total; no entanto, escutou Deus e, após a escuta atenta, falou com Ele. Nunca esteve só.
"A esperança não declina, mesmo nas noites de solidão".
Também já ouvimos falar das "noites escuras" de S. João da Cruz. Muitos santos passaram por estas "noites escuras". A Madre Teresa de Calecutá sentiu algo de semelhante...
Santo Agostinho diz que devemos considerar a oração um exercício do desejo. Se desejo, posso, porque Deus está comigo. Devemos deixar-nos invadir por Deus.
"Deixemos que Deus invada a vida que Ele nos deu, porque, a vida não é nossa, mas d'Ele.
Se o nosso coração tem vinagre, como pode ter mel?
Se tenho o coração sujo, como posso ser bom para o meu próximo?
Alguém deu uma achega: "O vinagre vem logo aos olhos. As pessoas zangadas ficam com os olhos tortos".
O modo correcto de fazer oração é deixar entrar Deus dentro de nós. É um processo de purificação interior que nos torna aptos para acolher os irmãos.
APRENDER: Deve fazer parte da nossa essência de cristãos.
"Faça-se a tua vontade e não a minha", orou Jesus ao Pai.
Jesus teve consciência de que devia ter este sentimento. Ele também era humano e tinha de fazer a vontade do Pai.
Encontramos no salmo 19 auxílio para a falta de esperança.
A 1ª disposição que devemos ter na oração é de louvor. Mesmo que estejamos tristes, preocupados, devemos louvar. Neste salmo, louvamos Deus pelo céu, pela terra, coisas simples. Nem precisamos de palavras, pois vemos as obras maravilhosas que Deus fez para nós.
"Aceita as palavras que saem da nossa boca. Queremos viver na bondade, na caridade. Deixemos que o nosso Criador nos invada, nos transforme, pois, por nós, o que faremos de bom?"
O não reconhecimento da nossa culpa é um erro terrível. "Dei-me conta de uma falha que eu podia resolver e culpei outra pessoa. Devo tentar encontrar soluções, sem fazer barulho, sem que os outros se apercebam da falha, ou da maneira como eu a remediei. Isto para que só Deus veja o que eu fiz". De facto, Alguém está sempre atento ao que eu faço!
Num frente a frente com Deus, abramos o nosso coração, mostremo-nos tal como somos. Aliás, nada podemos esconder a Quem sabe e vê tudo.
Temos alguns modelos que podemos seguir, alguns exemplos de santos, mas só para nos ajudarem a encontrar a nossa identidade. O modelo por excelência é Jesus Cristo.
A oração deve ser:
1º Pessoal-O confronto do meu "eu" com Deus. "Senhor, aqui estou!"
2º Guiada, Comunitária... guiada pelas grandes orações da Igreja: A Eucaristia, os Sacramentos, a Liturgia das Horas, a Adoração ao Santíssimo Sacramento.
A oração pessoal é tão importante como a comunitária. "Quando rezares, entra no teu quarto...", quer dizer, entra dentro de ti, esvazia-te de ti e faz lugar para Deus.
"Onde estiverem dois ou três reunidos, em meu nome, Eu estou no meio deles".
A esperança, em sentido cristão, é também para os outros. Tenho de me encher dela, pois não a posso dar aos outros sem a ter em mim. Em mim próprio é boa, mas é melhor quando passa para os outros.
Deus ama-nos como somos, mesmo que façamos coisas menos correctas. Isto é difícil de compreender, humanamente falando, mas Deus tudo pode e tudo decide.
Mas, se Deus nos ama, porque existe o sofrimento?
O sofrimento é o resultado da nossa finitude. Faz parte da vida.
Devemos aceitar a tribulação e tudo o que temos de sofrer, porque Jesus também sofreu e ainda sofre connosco. Não estamos sós. O sofrimento aceite passa a ser louvor a Deus.
A grandeza da humanidade determina-se, essencialmente, na relação com o sofrimento e com quem sofre.
Mesmo que eu sofra, vale a pena viver!

Não se consegue descrever tudo o que nos foi comunicado, tal foi a intensidade do conteúdo!
Após a primeira parte do tema, seguiu-se a oração comunitária do terço, na capela.
Almoço convívio, volante, foi alento para o nosso físico, já um tanto debilitado pelo esforço espiritual requerido pelo assunto tratado. Também dele nasceu a "esperança" de um redobrar de atenção e reflexão, durante a segunda parte, em que falámos de vida eterna, vivência da esperança.
RECAPITULANDO...
 Falar de vida eterna é falar de algo que não conhecemos.
Reflectiu-se sobre a parábola do rico e de Lázaro, que nos alerta para o fosso que podemos criar entre uns e outros, se não estivermos atentos, e também para o facto de, muitas vezes, esquecermos a pessoa que vive ao nosso lado, ou de agirmos como se essa pessoa não existisse. 
Tudo isto se deve à nossa incapacidade de amar o outro.
Quando o rico quis remediar a situação, o tempo já tinha passado, a oportunidade tinha sido desperdiçada, já não foi possível!
"Não deixem de se amar, para que não venham a arrepender-se!", conselho deixado no ar.
Porque se faz oração pelos que morreram?
Porque ninguém vive só. Os mortos vivem na vida eterna. Precisam de nós e nós precisamos deles.
Chegou a hora da Eucaristia:
Solenizada com cânticos e muito participada.
Reflexão sobre os Galileus mortos, por ventura merecendo menos a morte do que os que foram poupados; sobre os que foram atingidos pela Torre de Siloé, ao acaso, sendo que outros poderiam ter perecido, do mesmo modo.
Devemos estar preparados para eventualidades que possam surgir, no nosso percurso vital, não pensar que determinadas coisas só acontecem aos outros.
Com a parábola da figueira estéril também reflectimos sobre a necessidade de ter paciência e saber esperar que aquilo que nós pretendemos transmitir seja assimilado e dê o resultado segundo a nossa expectativa e não exigir impossíveis.
Será que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, para atingirmos os nossos objectivos? Utilizámos as estratégias adequadas e diversificámo-las? A quem imputámos a culpa da falta de fruto do nosso trabalho?
Depois da Eucaristia, houve um espaço de Adoração ao Santíssimo  exposto. Tudo estava preparado e esquematizado.
Numa reflexão sobre a Família de Nazaré, verificámos que era quase como as famílias actuais, mas apenas na composição dos seus membros, nunca nas vivências. O Menino Jesus era filho de Deus e tinha um pai adoptivo. S. José deixou Maria, embora em segredo, porque concebeu antes de viverem juntos. Foi um anjo que veio ilucidá-lo, explicando que existia ali acção divina, o Espírito Santo.
Foi preciso uma fé muito intensa e a aceitação incondicional da vontade de Deus, para que a Família Sagrada pudesse viver em harmonia, já que tudo era cheio de mistério!
O dia de trabalho chegou ao seu termo. Apesar de ter sido tão rico, parece que todos nos mantivemos muito àquem do grau de santidade que nos quiseram conferir no início.
Que Deus nos ajude a progredir e tenha, connosco, a paciência do dono da figueira estéril!

sábado, 23 de outubro de 2010

PERDEMOS/GANHÁMOS MAIS UMA!...

Senhor, não tenho vontade de escrever..., sinto-me muito triste!
Porém, vou fazê-lo, porque sei que a nossa vida não nos pertence, é vossa, e podeis dá-la e tirá-la, quando melhor vos aprouver. A nós compete-nos, tão somente, viver com intensidade a vida que Vós nos dais, o que nem sempre conseguimos fazer.
Rezamos, hoje, pela e com a Ir Otília, que, desde as 05:00h está mais perto de Vós. Apenas mais perto, porque, na realidade, era convosco que vivia, que sempre viveu, embora, muito particularmente, nestes últimos tempos, nos quais a escolhestes para sofrer convosco e por nós.
Que seja mais uma intercessora, junto à "legião" de Servos de Jesus que já povoam o céu.
Pelos méritos de todos, perdoai-nos as nossas faltas de amor e orientai-nos, para vivermos melhor esta dádiva vossa.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

NOTÍCIAS DA KILENDA, ANGOLA!


SÓ DEUS NOS PODE SURPREENDER ASSIM!...
Estamos em vésperas da terceira Visita Pastoral que irá decorrer nos dias 9 e 10 de Outubro de 2010, na jovem Paróquia da kilenda. O Pároco, como é de esperar, está seriamente empenhado na logística do acontecimento e conta com o precioso auxílio dos catequistas e das “mamãs” que alegremente disponibilizam uma boa parte do seu tempo para que tudo se efective com sucesso. É bom acrescentar que estes acontecimentos de caris religioso se vivem manifestamente com muita alegria, o que, obviamente, nos leva a apreciar e valorizar o sacrifício da equipa que se priva de viver estes momentos com a intensidade e exuberância que lhes são peculiares, para se responsabilizar pela confecção do almoço que será servido ao Sr. Bispo, aos convidados, aos representantes da autoridade civil, militar e tradicional, aos catequistas e a quem eventualmente apareça. Há ainda o protocolo para desempenho do serviço de mesa.
É claro que o Pároco é o suporte de toda esta organização e o garante da sua efectivação. Neste caso falamos do Pe Ferreira Bernardo, já conhecido de muitos.
À medida que o dia se aproxima, a preocupação agudiza-se, mas sempre na expectativa que tudo irá correr bem. Mas surge algo imprevisível! O Pároco adoece com uma grave crise de paludismo contra o qual tentou resistir, na esperança de aguentar os dias que lhe seriam necessários, mas a doença é mais forte, a ponto de o prostrar, deixando-o sem forças para se manter de pé. Não consegue pedir auxílio. Ao ser procurado, dão com ele em tal estado, que é levado, de imediato ao hospital do Município, a fim de receber o tratamento adequado que teria de se prolongar pelos dias em que iria decorrer a Visita Pastoral. Não seria possível de outra forma, pois quando se trata de paludismo não há hipótese de oferecer resistência porque piora a situação. Tudo acontece tão rápido que não há tempo de alterar o programa e, tão pouco, de recorrer à Paróquia vizinha.
Como efeito desta causa, surge uma grande ansiedade nas pessoas envolvidas na logística, já que falhou a peça básica. Como iria ser? Onde estariam os objectos necessários à Celebração? Tanto mais que havia a administração do santo Crisma a um grupo de fiéis. Na exiguidade do espaço tudo se sobrepõe e complica a procura. O Bispo viu a sua tarefa acrescida com a preocupação de pequenos detalhes indispensáveis à realização dos trabalhos.
Estamos no “antes”, vejamos, agora, como ocorreu a Visita Pastoral.
O sacrifício e tribulação de uns poucos, a começar pelo Pároco que se sentia impossibilitado de dar qualquer ajuda, reverteu em favor de todos! O esforço conjugado de boas vontades daqueles dedicados catequistas, daquelas sacrificadas “mamãs” e de quantos se disponibilizaram a ajudar, levou a bom êxito a realização da Visita Pastoral. Cumpriu-se todo o programa que incluía reuniões com os catequistas, visitadores e movimentos apostólicos. D. Benedito, bispo da Diocese, considera ter sido um momento muito marcante e de mais valia para o povo da Kilenda. Um grupo de mamãs, crianças e jovens, pernoitou dentro da Igreja, no chão duro e frio, tendo-se, apenas, protegido com panos.
A Celebração da Eucaristia, de Domingo, começou às 10h da manhã, com uma afluência de povo que bateu o record das Visitas Pastorais àquela Paróquia, e prolongou-se até às 14h, terminando com a bênção de mais de 50 motorizadas que fazem serviço de transporte naquela zona. Para atestar o entusiasmo contagiante do povo, formou-se no largo da igreja, uma grade roda de danças e cantares! Parece que nem a fome os demovia! Foi tudo muito bonito e cheio de significado. D. Benedito, a quem naqueles dois dias, tocou o atendimento de inúmeros penitentes, não teve, sequer, o conforto de um pequeno descanso. Mas, no final da Visita, admitiu que se viveu ali um momento de interacção muito forte com Deus, porque Ele superou todos os receios e obstáculos.
Apraz-nos registar que o último passo dado no município da Kilenda, pelo nosso Bispo, D. Benedito, foi a visita às obras da nossa casa, demonstrando cuidada atenção e deixando-nos animadas com a sua apreciação.
Foi pena não terem enviado as fotografias, mas as novas tecnologias também nos surpreendem, embora em sentido diferente!
Uma pergunta: Alguma das motorizadas é vossa/nossa?
Um comentário: O Senhor Bispo, D. Benedito, fez-nos relembrar o Senhor D. João, nas suas inúmeras visitas pastorais a todos os recantos da enorme diocese da Guarda, durante as quais se privava, quase completamente, de alimento e do merecido descanso a que tinha direito, para imprimir nas almas a paz, que só o sacramento da reconciliação consegue dar...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

HOMILIA DO SENHOR D. MANUEL FELÍCIO!

Para quem não tiver oportunidade de ler a imprensa local, fica a homilia do Sr Bispo, um ponto forte de reflexão!

Festa da Liga dos Servos de Jesus

Ruvina, 28 de Agosto de 2010


1. Estamos a viver o ponto alto da Festa da Liga dos Servos de Jesus, com a celebração da eucaristia. A presença real do Senhor Jesus Cristo no mistério eucarístico está, assim, no centro da nossa Festa e, por isso, a procissão e a adoração solene preencheram já o dia e a noite de ontem, prolongando-se até à madrugada. Por sua vez, esta tarde, o momento cultural e o encontro com a vida real da Instituição vão permitir-nos relançar o nosso entusiasmo na vivência do carisma da Liga.
A presença do Fundador, Senhor D. João de Oliveira Matos, que precisamente há quarenta e oito anos – cumprem-se amanhã – partiu para o Pai, é também realidade palpável que queremos aproveitar da melhor maneira, para mergulhar no coração do nosso carisma e ver como ele pode ser um bem para toda a Igreja e para a renovação da própria vida em sociedade. É para o nosso carisma que hoje, na Festa da Liga, queremos olhar e nele concentrar toda a nossa atenção para ver como precisamos de o viver, hoje, de forma adaptada às novas circunstâncias.
De forma diferente do que se passou com outros fundadores, que desejaram com as suas instituições enfrentar problemas e promover valores individualizados na vida da Igreja ou da sociedade, o Senhor D. João de Oliveira Matos, como bispo que era, sentiu a urgência de procurar caminhos conducentes à renovação da vida da Igreja Diocesana, como tal. E a Liga dos Servos de Jesus foi esse caminho encontrado, porque inspirado do alto. A Liga nasceu para ser um serviço às comunidades cristãs, espalhadas pela Diocese, e à vida diocesana como tal, e ser um serviço de renovação da Fé. Por isso, dizem as Constituições, aprovadas há nove anos, que o carisma da Liga leva algumas pessoas a viver mais intensamente a caridade de Cristo, tornando-se fermento activo de renovação da fé (nº 6). A renovação da fé constitui, de facto, a grande preocupação da Igreja em Portugal, neste momento, como também da nossa Diocese. O nosso Programa Pastoral para os próximos anos é na renovação da fé pessoal e comunitária que ele se centra, a partir do encontro vivo e vital com a Palavra de Deus. A presença e participação do carisma da Liga dos Servos de Jesus, em todo o processo de renovação da fé nas comunidades é, no momento actual, o sinal mais claro da sua fidelidade às intuições originais do Fundador. É por isso que - e volto de novo às nossas Constituições – a missão da Liga se insere na missão da Igreja, procurando realizá-la nas suas vertentes evangelizadora, santificadora e de acção sócio-caritativa.
Sendo assim, para cumprirmos o carisma da Liga, na actualidade, as nossas preocupações têm que ser as preocupações da Igreja, porque a nossa missão é a própria missão da Igreja e o nosso empenhamento tem de estar vez mais voltado para a renovação da fé das nossas comunidades.
O nosso Fundador percebeu bem que, como todas as verdadeiras transformações das pessoas e da sociedade, também a renovação da fé tem de acontecer de dentro para fora. Por isso pensou a Liga como uma grande rede de servos de Jesus, verdadeiramente apaixonados por Cristo e pela Boa Nova do Evangelho. Sentiu, também, que só a parir dessa paixão por Cristo e pelo Evangelho se podem encontrar caminhos de renovação para as comunidades cristãs, e para a sociedade, como tal. Os servos de Jesus têm de ser o verdadeiro fermento no meio da massa, trabalhando para que a Igreja e a sociedade se renovem no espírito de Cristo e do Evangelho. É esse o sentido do lema da Liga inspirado pelo Fundador: “É preciso que Jesus reine”.
Mas o Senhor D. João também percebeu, desde a primeira hora, que esta rede de Servos de Jesus, espalhados no meio do mundo, para serem fermento de renovação evangélica da Igreja e da própria sociedade, precisava, também ela, de ser formada, motivada e continuamente alimentada. Por isso, a distinção entre servos externos e servos internos, que apareceu muito cedo, com a concordância e o apoio declarado do Fundador, tem de entender-se neste esforço de procurar as melhores condições para levar ao meio do mundo, onde estão as comunidades de fé, a verdadeira renovação evangélica.



2. O Fundador, Senhor D. João de Oliveira Matos, partiu para o Pai há 48 anos como já dissemos, no dia em que a Igreja celebrava e celebra o martírio de S. João Baptista. Não podemos deixar de ler, neste acontecimento, uma mensagem dirigida à Liga dos Servos de Jesus, na vivência do seu carisma e no cumprimento da sua missão que, como dissemos, é a missão da mesma Igreja. O Senhor convida-nos a entregar a nossa vida, de forma generosa e dedicada, e até ao martírio, se necessário for, para que Ele de facto reine; e reine no coração da Igreja, mas também, e sobretudo, no coração da história. A primeira leitura fala-nos hoje da experiência do profeta Jeremias, chamado por Deus a anunciar a novidade da sua mensagem a um mundo hostil, onde a oposição que lhe faziam era muito forte. E Jeremias teve de escolher entre a firmeza da fidelidade à ordem dada por Deus, ou a cedência às pretensões dos seus contemporâneos, nada interessados em seguir as orientações vindas do próprio Deus. A escolha de Jeremias foi clara em favor do Senhor do mundo e da história. Essa tem de ser também a nossa escolha. E, se a fizermos com determinação e coragem, sentiremos, como sentiu Jeremias, a alegria de ver cumprida nas nossas vidas a promessa de Deus: “Eles combaterão contra ti, mas não poderão vencer-te, porque eu estou contigo para te salvar”.
Esta foi também a escolha e João Baptista. Ele, como nos diz o Evangelho, colocou os interesses de Deus e o cumprimento da sua missão acima da defesa da própria vida, o que acabou por levá-lo ao martírio. Contra os interesses de Deus e o cumprimento da sua missão estava Herodíades, que não suportava as palavras de João Baptista e por isso queria dar-lhe a morte. Contra, estava também a pessoa de Herodes, que incarnava uma autoridade incapaz de se decidir corajosamente, em favor da verdade e da justiça. A sua fraqueza e incapacidade para decidir em favor da verdade deu como resultado a morte do inocente, só porque este não quis ceder a caprichos de quem se dispõe a silenciar a verdade, para defender interesses pessoais. São atitudes corajosas como esta que também a Liga dos Servos de Jesus, e cada um dos seus membros, têm de saber cultivar. Acima dos interesses de cada um e de cada uma das comunidades da Liga, têm de estar sempre os interesses de Deus e os interesses da Igreja e das comunidades cristãs locais. Este tem de ser para nós um princípio sagrado.
Para que isso aconteça, pede-se às comunidades da Liga feitas de servas internas, uma intensa vida de comunidade, onde se vive a experiência do amor fraterno, onde as capacidades de cada um são reconhecidas e colocadas ao serviço do Bem da Igreja e da própria sociedade; comunidades onde se reza, tendo presentes as verdadeiras preocupações da Igreja; comunidades onde a Palavra de Deus é escutada e vivida cada vez mais intensamente; comunidades onde existem programas de formação da fé, em sintonia com as preocupações da Diocese e, quanto possível, abertas aos servos externos e às comunidades cristãs locais; comunidades que sejam focos de irradiação de uma espiritualidade laical séria e consistente. Os retiros, atempadamente programados e anunciados e com convites directos feitos a pessoas concretas, para neles participarem, são um dos caminhos para alimentar a verdadeira espiritualidade cristã e dos caminhos que mais identificam a tradição da Liga.
Sabendo que a renovação da fé das comunidades cristãs foi e continua a ser o principal motivo da existência da Liga dos Servos de Jesus, é preciso que as mesmas comunidades cristãs sintam ao vivo a presença dos Servos de Jesus no meio delas. Atrevo-me a fazer este pedido: que ao domingo, em cada uma das comunidades paroquiais onde há presença de membros da Liga dos Servos de Jesus, por sua iniciativa seja celebrada uma das horas da Liturgia das Horas. Como sabemos, a Liturgia das Horas não foi criada na Igreja só para os sacerdotes e os membros das congregações religiosas, a que acrescentaram depois os institutos seculares e os leigos, com especial consagração, no meio do mundo. A Liturgia das Horas é património de todo o povo de Deus e a nós pertence-nos levar-lhe este presente divino e partilharmos com todo esse Povo de Deus a alegria de o saborear.
Juntamente com este apelo, peço a vossa oração mais intensa para que o Senhor do mundo e da Igreja nos ajude, na luz do seu Espírito, a discernir os verdadeiros caminhos, pelos quais, no momento actual, a Liga dos Servos de Jesus há-de cumprir o seu carisma e exercer a sua missão, com gestos proféticos de serviço à Igreja e à sociedade, capazes de suscitar novas vocações de total dedicação à causa do Reino – “É preciso que Ele reine”.



Ruvina, 28 de Agosto de 2010.
+ Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda.






quarta-feira, 1 de setembro de 2010

PORMENOR DA ADORAÇÃO DA COMUNIDADE DA CERDEIRA!


Senhor, escuta a prece destes teus servos!...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

QUAL PREFEREM?

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

DETALHES SOBRE A FESTA DA LIGA!

Com um tempo relativamente longo de preparação, o dia foi-se aproximando. Estava programado, como já vem sendo habitual, um retiro para Servos Externos a ter lugar na véspera da festa, já que, após uma conclusão prévia do mesmo, os participantes costumam coroá-lo com a adoração geral da festa.Assim aconteceu.
Estiveram no retiro, no Centro Apostólico, 30 Servos, alguns já admitidos, outros em preparação para o acto.
O "Menu" servido foi o livro "Escritos", comentários ao evangelho de S. Mateus, de D. João de Oliveira Matos, que estava para ser apresentado no dia da festa.
Foram seleccionados, para reflexão os temas:
-Jesus e a lei
-A confiança na providência
-Os falsos profetas
E ainda o primeiro discurso de Jesus sobre as Bem-aventuranças. Não se esqueceu, claro está, a Acta da Fundação da Liga, um dos documentos mais importantes, para se compreender o que o Senhor D. João tinha em vista, ao fundá-la.
Na parte da tarde, o Assistente Geral recorreu à colaboração do Pe Luís Miguel, que foi admitido na Liga, ainda diácono, mas, actualmente, além de ser Servo de Jesus, é também sacerdote, o que significa que tem a capacidade de expôr temas como o que lhe foi solicitado: O apostolado: O que é ser apóstolo, já que é missão do Servo preocupar-se com a expansão do Reino de Deus.
Agradou à assembleia a maneira prática e acessível da sua exposição e todos ficaram motivados para o trabalho apostólico. Assim o fervor se mantenha, o que é possível com a ajuda de Deus e muita oração.
Após o jantar, os que puderam dirigiram-se à Ruvina, local da realização da festa. A adoração geral teve lugar na Igreja Paroquial, das 22:00 às 23:30 horas e foi seguida de procissão eucarística, dali para a capela da Casa de Cristo Rei.
Durante o resto da noite, as Comunidades das Servas sucederam-se, para adorar, louvar, reparar, dar graças e também pedir, ao Santíssimo Sacramento, solenemente exposto. A capela estava preparada com gosto e arte. Se os membros da Liga não estivessem ali presentes, as próprias flores proclamariam os louvores do seu Criador que as fez de uma beleza sem igual e não se cansariam de dizer gratidão, com a vantagem de não terem de pedir perdão, pois nada fazem que desagrade a Deus.
A manhã chegou, cantou-se o "Te Deum" e aguardou-se a hora da Eucaristia, que foi celebrada às 11:00 horas. Antecedeu-a um breve ensaio dos cânticos, enquanto a multidão se ia acumulando. A capela ficou completamente cheia e os espaços mais próximos também serviram para quem não queria perder o momento mais importante do dia.
O Senhor D. Manuel Felício, bispo da Guarda e Superior da Liga, presidiu à celebração, acompanhado do bispo emérito, D. António dos Santos e de um grupo de sacerdotes, menos numeroso do que é habitual, pois era sábado e já conhecemos os sábados e os domingos dos nossos padres.
Na homilia, que será publicada oportunamente, o Senhor D. Manuel comentou alguns artigos das Constituições, lembrou os deveres dos Servos, o seu papel nas paróquias e em colaboração com os párocos e referiu-se ao novo ano pastoral, recomendando às comunidades de Servas que se abram às paróquias e proporcionem aos que o desejarem a oportunidade de rezarem em conjunto, pelo menos um das horas da "Liturgia das Horas", que não são exclusivas dos padres, explicou, mas devem ser extensivas a todo o povo de Deus.
Depois da homilia, foram admitidos onze novos Servos Externos, dos quais faz parte o Pe Helder Lopes, actual pároco da Ruvina e de outras aldeias vizinhas.
Seguiu-se um almoço de confraternização e a festa foi encerrada no Salão da Casa de Cristo Rei, onde foi apresentado o relatório de actividades da Liga, de 2009/2010, o livro "Escritos", já referido atrás e uma súmula do que foi a vida das crianças que, desde a fundação da Casa, ali foram ajudadas, sob a orientação de D. Cândida Correia, mais conhecida por D. Candidinha, à qual se sentem muito ligadas e da qual reconhecem que muito receberam. Foi uma história detalhada, contada em prosa, em verso e com cânticos, acompanhados ao órgão pelo senhor Pe Manuel Geada Pinto, que, na altura, também colaborava na educação das crianças, que visitava com alguma frequência.
Encerrou a Sessão o Senhor D. Manuel Felício, com umas palavras alusivas ao que tinha sido apresentado.
Tudo terminou com o cântico do Hino da Liga, com todo o entusiasmo.



domingo, 29 de agosto de 2010

FESTA DA LIGA, EM 2010!

Correu bem. Parece-nos que Deus foi glorificado, tanto na vigília de oração nocturna, como no ponto culminante, a eucaristia do dia da festa. E já os preparativos, levados a cabo pelos responsáveis gerais e locais, foram realizados com amor, para que todos fossem bem acolhidos, sem ostentação, mas com algum conforto, e não tiveram em vista mais do que a glória de Deus, a expansão do reinado de Cristo e o amor dos irmãos, à boa maneira do Fundador da Liga dos Servos de Jesus.
Tudo esteve bem, nada faltou, nem o apanhado da vida de D. Candidinha, apresentado pelas, então, crianças e jovens, que ela, com todo o amor e carinho maternal, ajudou a criar e a educar, e agora já bem marcadas pela idade e pela vida, nem sempre fácil.
Foi um gesto louvável, justo e que manifestou o carinho mútuo que existiu e sulcou profundamente a personalidade destas gentes.
Já se encontra no céu, a Senhora D. Candidinha, a gozar o mérito do que por cá fez. Não duvidamos. Mas quem manifestou ter a certeza absoluta de que assim é, foi, precisamente, o já referido grupo.
Na verdade, a gratidão fica muito bem!
Já de regresso a casa, e na eucaristia dominical antecipada, que habitualmente celebramos, o capelão da Comunidade da Cerdeira fez questão de sublinhar que a festa foi algo de grandioso, que a Liga está viva e bem viva. O Senhor Pe Souta, não participou. Mas o relato que alguém lhe fez levou-o a esta conclusão. Referiu os novos Servos admitidos, as celebrações, o convívio...
Ia-nos convencendo que a Liga está, realmente, no seu auge! E quem sabe? Pode ser uma profecia. E, se o é, não deixa de ser animadora!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

LÁ SE FORAM...


Os Servos de Jesus partiram para uma viagem recreativa e cultural. Serão momentos de são convívio a guardar no album de recordações, cuja lombada já vai atingindo uma dimensão considerável. Para se descrever tanta coisa, de vidas bastante longas, das quais a juventude já está "miles away", como dizem os ingleses, impõe-se investir numa boa coleccção, já que são compostas de factos bem valiosos, incluindo aquelas pequeninas coisas que passam despercebidas aos olhos do mundo, mas que, para Deus, fazem toda a diferença.
E a actividade teve um início "cinco estrelas": Foi com a Eucaristia, celebrada, ali, no Outeiro de São Miguel, bem perto do túmulo que guarda quem nos indicou, de uma forma clara e prática, o caminho para Jesus Cristo, o Fundador da Liga dos Servos de Jesus, D. João de Oliveira Matos.
Na homilia, o senhor Pe Moiteiro fez uma síntese da Liturgia da Palavra. Parece que andava por ali o profeta Hananias a profetizar sem ter sido enviado e a levar o povo a acreditar na mentira. Não se deve falar, sem se saber bem o que se afirma e muito menos se deve induzir em erro quem anda de boa fé.
No Evangelho, o milagre da multiplicação dos pães, como prenúncio da Instituição da Eucaristia, veio mesmo a calhar, pois precisamente a Eucaristia deve ser o centro da vida da Igreja e da Liga dos Servos de Jesus, como tanto insistia o nosso Fundador e fez questão de sublinhar o celebrante.
Também nos faz bem a lição que Jesus dá aos Apóstolos, quando estes Lhe sugerem que mande a multidão às aldeias mais próximas, em busca de alimento, pois constataram que estavam famintos. Demasiado comodistas, como acontece, por vezes, connosco!...
Mas Jesus dá-lhes uma boa "sacudidela" ao replicar: "Dai-lhes vós mesmos de comer!"
Entreolharam-se, como quem diz: "Agora é que foi pior!"
E o facto de possuirem, apenas, cinco pães e dois peixes, não foi problema para Jesus. Com eles alimentou toda a gente, e tê-lo-ia feito a partir do zero, se não tivese em conta o valor do nosso contributo, para a realização de um qualquer milagre.
Finalizada a Eucaristia, foi a partida, com a bênção do Senhor!
Cada membro do grupo é importante, enquanto filho de Deus. Mas gente de mais algum peso, porque ministros ordenados, merecem uma referência especial.
Aqui fica:

O Senhor Pe Moiteiro,
Que vai de modo certeiro,
Ao que é essencial;
Ali se apresentou
E com todos partilhou
O seu saber sacerdotal.

O Senhor Pe Igreja,
Que a muitos faz "santa" inveja,
Pela organização,
Que, das veias suas, parte,
Com tal engenho e arte,
Que até faz impressão!

O senhor Pe Farias,
Se o visses, não dirias
A ideia que de nós faz:
O grupo das "semi-novas"
Fê-lo crer, por suas obras,
O muito de que é capaz!

O Senhor Pe Luís,
Parece que nada diz,
Anda a apalpar o terreno;
Acode, se ouve Pardal,
Já que é tão natural,
Seu olhar, assim sereno!

Que tudo corra pelo melhor e seja, também, um enriquecimento espiritual, pois há valores de tal maneira encadeados, que não se separam facilmente!
Boa viagem!

terça-feira, 27 de julho de 2010

PARA QUE OS QUE COSTUMAM VISITAR ESTE BLOGUE POSSAM REFLECTIR SOBRE ESTE TEXTO!

Igreja de Fonte de Angeão, 22 de Julho de 2010

Homilia de D. António Francisco, Bispo de Aveiro, nas exéquias do P.e Manuel Cartaxo, no dia 22 de Julho, na Igreja de Fonte de Angeão
1.Isaías na primeira leitura convida-nos a olhar para lá da planície do tempo humano que passa e da estrada da vida interrompida e a elevar o coração para o alto do monte e para o lugar do banquete onde Deus arrancará o véu do luto e destruirá a morte. Todos precisamos desta palavra do profeta, corajosa e convicta, para podermos dizer e acreditar: «Este é o Senhor nosso Deus, o único que pode enxugar as nossas lágrimas» (Is 25, 6-9). As lágrimas de que fala o profeta são hoje as lágrimas pesadas dos pais, dos irmãos e da família do nosso Padre Manuel João dos Santos Cartaxo; as lágrimas de gratidão dedicada do senhor D. António dos Santos, de quem ele foi inexcedível colaborador e junto de quem foi sempre e em todas as horas desvelada presença; as lágrimas dos conterrâneos e amigos desta terra que lhe serviu de berço e hoje o envolve de carinho, as lágrimas dos presbitérios das dioceses de Aveiro e da Guarda, das suas comunidades cristãs e dos seus bispos; as lágrimas caídas no chão desta Igreja nova que ele sonhou para a sua terra e que abre pela primeira vez as suas portas para o receber e da igreja nova da sua paróquia de Ponte de Vagos, aqui ao lado, que ele com tanto cuidado ajudava a erguer; mas sobretudo as lágrimas da Igreja viva que todos somos, que sofre e chora por esta tão dura e dolorosa provação. Faz-nos tanta falta o padre Cartaxo!
2.Sabemos, diz-nos S. Paulo, que «Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos há-de ressuscitar a nós. Temos uma habitação no céu» (2 Cor 4, 14-5,1). Esta é a força da fé que nos dá serenidade na dor, confiança apesar da provação e sentido de vida mesmo para lá da morte. Temos saudades do Padre Cartaxo! Veremos a partir de hoje lugares por ele ocupados, agora vazios, trabalhos por ele realizados, agora sem operários, e caminhos de alegria, de paz e de reconciliação por ele percorridos agora com menos caminhantes. Sabemos, todavia pela fé que as horas de Calvário, os caminhos desertos da cruz e as noites tristes de luto e de morte anunciam já em vigília para os crentes as manhãs vencedoras da ressurreição e da Páscoa.
3. Só à luz da Páscoa e no horizonte da vida que não acaba e que a morte por mais cruel e inesperada não destrói, teremos possibilidade de revisitar o Sermão das Bem - aventuranças e falar da felicidade dos simples, dos pobres, dos que choram, dos mansos, dos puros de coração e dos construtores da paz. O texto do Evangelho, hoje proclamado, delineou o perfil e cinzelou a identidade do Padre Cartaxo e moldou-lhe o seu coração sacerdotal neste jeito evangélico de viver. Vinda de longe, uma mensagem de um sacerdote da nossa diocese, Padre Pedro José, diz assim: «recordo o seu jeito de conversar pequeno e leve, totalmente interessado e modesto. Sempre preocupado com a sintonia diocesana, procurava edificar sem impor. Transparecia nele o padre - homem sempre moldado espiritualmente pelo Lava-pés. Ofertório completo e anónimo, até ao fim. Homem na sombra com luz própria. A minha devoção e piedade, se as tenho, foram sistematizadas a partir de um retiro que ele nos pregou no seminário menor».
4. O padre Cartaxo nasceu aqui bem perto, em 16 de Abril de 1943. Frequentou os Seminários de Santa Joana Princesa em Aveiro e de Cristo Rei dos Olivais, em Lisboa. Foi ordenado presbítero em 30 de Julho de 1967. Assumiu, de imediato, o múnus de vigário paroquial de S. Salvador de Ílhavo de onde foi posteriormente pároco até partir em 1980 para a Diocese da Guarda, como Secretário do senhor D. António. De lá regressou a Aveiro e aqui acolheu com impressionante disponibilidade e exemplar comunhão com os seus bispos todos os trabalhos pastorais que lhe eram solicitados, desde o Tribunal diocesano, onde era Juíz e Promotor dos Processos de Ordenações, à colaboração pastoral no arciprestado junto dos irmãos padres, e desde há um ano como Pároco de Ponte de Vagos, até ao ministério precioso do sacramento da reconciliação que semanalmente celebrava no Santuário de Nossa Senhora de Vagos. Trabalhou no Escutismo e era membro da Associação dos Canonistas portugueses.
5. Na entrada da casa de seus pais, em Coimbra, o Padre Cartaxo escrevera, há muitos anos, em letra sua esta frase: “Tenho uma viagem marcada: Quando a faço não sei. Do que tenho não levo nada. Só levo tudo o que dei”. Quando regressou a Aveiro para viver em Santo António de Vagos, transcrevera esta mesma frase para a entrada da porta da casa do senhor D. António, onde vivia. Deus veio ao seu encontro nesta viagem a meio destes dois lugares, ocupado e dedicado junto do pai na fé, que é o bispo, a quem serviu como apelo da missão, e a caminho da casa dos pais e irmãos de quem cuidava com carinho filial e amor fraterno. Insondável desígnio de Deus este, que me leva a rezar, com clamor e lágrimas: Velai, Senhor, pelos nossos padres e fazei surgir vocações sacerdotais, religiosas e missionárias nestas tão abençoadas e fecundas terras de Aveiro. Sei, Senhor, que cuidais de nós e acredito que também na morte prematura e inesperada do Padre Cartaxo, envolvida em mistério insondável, se cumpre a promessa do Evangelho: “o grão de trigo lançado à terra germinará a seu tempo e os frutos serão abundantes”.
Na viagem que agora faz, o Padre Cartaxo leva consigo «tudo o que deu» e é imenso! Deixa-nos «tudo o que tem».
+António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro
(Texto transcrito, conforme me foi enviado.)