sábado, 21 de novembro de 2009

RETIRO MENSAL, NA RUVINA

O retiro mensal deste mês foi programado para a casa da Ruvina, porque, em Maio passado, esta Comunidade completou 75 anos de existência. Foi denominada Casa de Cristo Rei, desde a primeira hora, e, como todos sabem, hoje, é véspera da festa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.
A Ruvina é uma aldeia pequena do concelho do Sabugal e não muito distante daquela cidade. Há 75 anos, o Senhor D. João de Oliveira Matos fundou ali uma Comunidade de membros da Liga dos Servos de Jesus, apoiado pela família Correia Dinis da Fonseca. A 1ª Superiora dessa Comunidade foi a Senhora D. Cândida Correia Dinis da Fonseca, mais conhecida por D. Candidinha.
Sempre foi uma casa muito acolhedora e as crianças ali educadas ficam ligadas entre elas e à própria Casa, como se de membros de uma família biológica se tratasse.
Sendo o actual número de Irmãs extremamente reduzido, lá andavam as antigas utentes, hoje mães de família, a preencher todas as lacunas que poderiam surgir, pois sentem-se "ofendidas", se alguém se atreve a afirmar que a Ruvina já não é a mesma.
Desempenharam muito bem o seu papel, tanto no acolhimento, como em qualquer outra tarefa. Parece que até elas sabem que “a perfeição está na generosidade com que fazemos as coisas”.

O retiro foi bastante frequentado, como se pode verificar na fotografia abaixo.
«Reavivar o dom de Deus que existe em nós»

Este foi o tema de reflexão para o dia de hoje.
Caso estejam interessados em meditar os textos sugeridos, aqui ficam as citações e uma frase resumo para cada um, conforme proposta do orientador, Rev.do Padre Moiteiro.
Mt 13, 3-23: A semente produz de acordo com a qualidade do terreno.
3 qualidades de terreno negativo: caminho, rochas e espinhos.
3 qualidades de terreno positivo: trinta, sessenta ou cem, por um.

Mt 7 24-27: O prudente resiste às dificuldades.
Is 55, 10-11: A Palavra é como a chuva e a neve… que produzem frutos.
Heb 4, 12-13: A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante que uma espada de dois gumes… (Cf Ofício de Leitura de sexta-feira, XXX).

1. Dificuldades que vêm de dentro de nós:

O cansaço como uma doença do mundo de hoje. Não é legítimo perder o entusiasmo pela causa do Evangelho. Assim, seremos como um motor sem rotações ou locomotivas sem carruagens.

A insegurança interna traduz-se num confiarmos demasiado em nós em vez de confiarmos em Deus.

A falta de saúde, o sentir que somos velhos e não temos quem nos substitua é uma doença terrível que se está a espalhar nos ambientes religiosos.

O arrefecimento interior. Temos de cuidar este vaso de barro, no qual trazemos a nossa vocação/mistério. Temos de ter entusiasmo em ser santos.

As expressões sublinhadas são a radiografia exacta das actuais comunidades das Servas Internas. Nunca vi nenhum retrato tão fiel da nossa situação. Podemos fazer esforço por melhorar, por disfarçar, acabamos sempre por ir bater a estes pontos. Talvez seja uma visão derrotista, mas também tem muito de realista.
É verdade que não queremos cruzar os braços, mas eles tendem, naturalmente, para essa posição!

2. Dificuldades que nascem do exterior

O deserto em que vivemos. Cada vez mais as nossas comunidades são pequenas, não há jovens nem crianças…

Ambiente contrário aos valores do Evangelho. A máquina secularista está cada vez mais forte. Em nome da liberdade religiosa e dos direitos humanos, proíbem-se os crucifixos nas escolas, ataca-se o cristianismo… Os valores que se veiculam nos mass media não são os valores evangélicos.

Secularismo é uma ideologia segundo a a qual se devem organizar as realidades terrestres, prescindindo de Deus. Por exemplo:
-Proibir os símbolos ou práticas religiosas nas escolas.
-Tirar os capelães dos hospitais.
-Disponibilizar para as aulas de EMR tempos em que não pode haver outras aulas.

Para “remar” contra este secularismo, nós devemos dar o “salto de qualidade”, isto é fazer tudo com perfeição.
Deus pede-nos o nosso coração e quer enchê-lo dos seus dons. Entreguemos-Lho.
Esforcemo-nos por ser santos à maneira do Senhor D. João:
1º Andando na graça de Deus;
2º Fazendo todo o bem possível aos irmãos;
3º Fazendo-o por amor a Deus;


A seguir a esta reflexão, houve uma hora de adoração, em silêncio, diante do Senhor solenemente exposto, que se desenvolveu em reparação, louvor, acção de graças e se fizeram alguns compromissos particulares. Terminou com a bênção do Santíssimo.
Houve, em seguida, um almoço volante, durante o qual se praticou um são convívio. Há sempre alguém que já não vemos há algum tempo!

Após o almoço, foi apresentado um PowerPoint com a homilia feita pelo Prior dos Monges de Sobrado, na profissão monástica do Pe José Luís Farinha, um momento vivido com entusiasmo na nossa diocese, da qual retivemos, sobretudo, dois pontos.
-Para se ser santo é necessário ser humilde.
-Devemos procurar Deus dentro de nós e não em caminhos muito afastados.
Já o tema aglutinador do nosso dia era reavivar, de modo particular, o dom que Deus nos fez, no dia do nosso baptismo.

Coroámos a nossa reflexão com a Eucaristia da Solenidade de Cristo Rei, bem solenizada e com uma homilia esclarecedora, sobre as ideias fundamentais da liturgia da Palavra.
Não se notava muito, mas que todas vínhamos mais ricas de conhecimentos, ninguém pode negar!

domingo, 15 de novembro de 2009

MAIS UMA NO CÉU E A MENOS ENTRE NÓS!

Olá, Irmã Alzira!
Está a ver-me?
Eu sei que está envolvida em Deus e ambos a envolverem-me a mim...
Mas não, não pode ser! Não faço parte desse conjunto divino! Está mergulhada em Deus e eu estou a ser observada pelos dois, mas situada num ponto exterior.
Assim está melhor!
Mas já me sinto feliz, pois espero que não me deixem cometer erros, que me avisem antes de eu avançar por caminhos que conduzam a destinos menos próprios.
Posso ficar descansada?
Bem, descansada não é o termo correcto, já que, sem a minha cooperação, não seria muito justo que tudo me corresse pelo melhor. Mas vou esforçar-me por estar atenta e vigilante!
Gostava de saber o que a levou a partir tão depressa. Estava cansada de sofrer?
É natural, pois, humanamente, por vezes, é difícil aguentar. Porém, com a ajuda de Deus, sublimando as contrariedades, o mal-estar, tudo o que é adverso, a vida torna-se mais fácil e acumulamos tesouros no céu.
Foi o seu caso, não foi?
Houve alguma razão especial para nos deixar no dia do 19º aniversário da partida da Irmã Maria Rita, ou foi pura coincidência?
A Irmã Maria Rita fez-nos tanta falta! Parecia que não iríamos sobreviver sem ela.
Mas era a nossa falta de fé e de confiança em Deus que nos fazia pensar assim, contrariamente ao que ela tentou ensinar-nos, enquanto estava entre nós!
Sentimo-la, muitas vezes, ao nosso lado!
E o que é que acontece a todos os que partem? Ficam extasiados com a beleza de Deus e não conseguem fazer mais nada, ou estão sempre a proteger-nos e nós, tão distraídas e ingratas, vamos afirmando que nos esquecem?
Perdoem, se somos injustas, mas é verdade que repetimos isto muitas vezes!
Aliás, muitas das que aí estão falavam assim, antes de partirem e, logo que se viram bem "instaladas", agiram da mesma maneira!
Isto é, realmente, um mistério!
Já se aperceberam de que os Servos de Jesus são mais numerosos no céu do que neste vale de lágrimas? Qual a interpretação que fazem do facto?
Andamos todas preocupadas por não conseguirmos fazer o que o Senhor D. João queria e tememos que a culpa seja nossa.
Não pedimos que enviem cá o "pobre Lázaro". Não o queremos privar do gozo de Deus por um segundo que seja. Mas, repito, não nos deixem agir mal!
Sabe que hoje partiu para Angola a nossa missionária que esteve a passar uns dias de férias entre nós? Acompanhou-a na viagem?
Os do céu também andam por lá, não andam?
E estão de acordo com a decisão tomada?
Ajudem-nas também, porque, o que elas mais desejariam era trazer muitos para o Reino de Deus.
É pena não poder dar resposta às minhas questões. Mas eu vou reflectir sobre elas e estar mais atenta aos que procuram transmitir-nos qual a vontade de Deus a nosso respeito. Esses estudam as coisas a fundo e estou convencida que são inspirados pelo próprio Deus.
Rezamos por si e por todos. Se não precisarem, passem a quem tiver necessidade. Caso reste algum mérito para atribuir, vão guardando para nós, nesse tesouro infinito e misterioso...

VOTOS PERPÉTUOS DO PADRE JOSÉ LUÍS FARINHA!

Sobrado de los Monxes

E a Liga foi apoiar, quem a diocese deixou, para melhor a Deus amar!

Foi na Sexta-feira, 13, no mês de Novembro, de 2009. É o dia em que se celebram todos os Santos que foram da Ordem Beneditina e continuam a pertencer-lhe, já sem perigo de mudarem de senhor. É que, enquanto estamos neste mundo, nunca somos de fiar!...
O senhor Padre José Luís Farinha tinha decidido

“pedir” a entrada definitiva na Ordem e a misericórdia de Deus. Assim se expressou quando, estendido no chão, de bruços, em frente do Prior do Monasterio Cisterciense de Sobrado de Los Monxes, na Coruña, Espanha, aquele lhe dirigiu a pergunta: “Que pedes, José Luís?”













Dias antes, o Padre José Luís tinha dirigido um convite familiar a alguns dos membros da Liga, aqueles com quem tinha privado de mais perto, e lá foi uma representação, na qual não faltou a Coordenadora Geral e o Assistente Geral, que o tem acompanhado e lhe tem prestado todo o apoio possível, desde a primeira hora da sua decisão.
Foi uma cerimónia rica de significado espiritual, integrada na celebração Eucarística, presidida por D. Manuel da Rocha Felício, bispo da Guarda e por D. António dos Santos, bispo emérito desta diocese, acompanhados pelo Prior do Convento e restantes Padres e Irmãos da Comunidade. O coro, quase exclusivamente masculino e tão harmonioso, ao som de um órgão bem afinado, fazia-nos acreditar que estávamos a viver momentos celestiais.
Os pais e irmão do Padre Farinha estavam na primeira fila, assim como outros familiares. Um grupo significativo de sacerdotes e alguns seminaristas da nossa diocese fizeram questão de estar presentes também, assim como alguns da diocese de Viseu.
Havia, ainda, dois grupos de religiosas, sendo um de beneditinas, e alguns leigos.
No momento oportuno, coube aos pais a tarefa de levar junto do filho a cédula do compromisso, que ele assinou, decidido, e colocou sobre o altar do sacrifício, onde permaneceu até ao final da celebração. Mais tarde, foi a vez do irmão levar ao Prior a cogula/casula, uma espécie de túnica de sete varas, da qual o Padre José Luís foi revestido.
O Senhor D. Manuel dirigiu uma palavra de regozijo à assembleia, antes de terminar a celebração. Disse que Deus se dignou passar pela diocese da Guarda e chamar o Padre José Luís à vida contemplativa e que, embora o número actual de sacerdotes seja escasso, faz todo o sentido termos sabido partilhar a nossa pobreza, ajudando este sacerdote a ser fiel ao chamamento de Deus.
Foi uma festa das poucas que não têm como conclusão “um jantar de homenagem”.


Uma mesa provida do que os convidados quiseram partilhar, uma sopa da casa, confeccionada com todo o carinho, pão fresco apetecível e muito saboroso, bebidas e fruta variadas. Com a alegria com que todos os Irmãos nos acolhiam, qualquer coisa nos teria servido. Sentíamos vontade de repetir: Como é bom viver entre os Irmãos!
Tudo terminou com a oração de “Completas”, cantadas com uma devoção contagiante e com o cântico da Salvé Rainha, que todos
apreciámos.








INICIARAM OS ENCONTROS!

Foram já vários os encontros realizados, no âmbito do Plano Anual de Actividades da Liga dos Servos de Jesus. Desde o início do mês de Novembro, o Assistente da Liga, com algum dos membros do Conselho Geral, já esteve na Cerdeira, no dia 9, onde reuniu funcionários da Cerdeira e da Ruvina; no Centro de Acolhimento de S. João de Deus, no dia 12, na Guarda, com funcionários daquela Instituição e do Abrigo Infantil da Sagrada Família, da Sequeira. Seguir-se-ão mais dois encontros, dos quais daremos notícia oportunamente.
Houve aumento de conhecimentos, partilha de experiências, convívio... As pessoas vão-se consciencializando da necessidade de parar um momento, para pensar, já que, não se trata de máquinas, mas de seres humanos que têm necessidade de dar uma orientação diferente ao seu trabalho, pois são dotados de corpo e de espírito.
Bem vistas as coisas, estes momentos são sempre positivos. Por isso, apelamos aos que se preocupam para que eles aconteçam, que não se sintam desmotivados, que continuem a lançar a semente. A seu tempo ela germinará. A chuva actuará na hora exacta ou o vento a transportará para terras mais férteis, se esse for o caso. Nunca será um trabalho inútil!
Os encontros de Servos Externos também estão a ser concretizados. Ocorreu já o da Cerdeira, o do Fundão. O do Outeiro de S. Miguel é hoje, dia 15.
O grupo da Cerdeira foi bastante reduzido. Mas não dizia o Senhor D. João que por uma alma se vai até ao fim do mundo?
A equipa encarregada deste trabalho procura diversificar as estratégias, preparar os temas a expôr e lá anda numa azáfama constante para se assemelhar, o mais possível. às obreiras do enxame e se afastar da atitude dos zângãos, não vá acontecer que, querendo atrair mais para a colmeia, não vão elas ser excluídas, já que o Senhor D. João afirmava peremptoriamente: Na Liga, não quero zângãos, mas obreiras!
Realmente, têm uma grande responsabilidade!
Porém, podem contar com o feedback da oração dos que ficam em casa, os quais longe de se instalarem no seu conforto, devem rezar e fazer sacrifícios pelos que se deslocam de terra em terra. Grande será o peso na consciência, se assim não fizerem!