quarta-feira, 11 de março de 2009

MAIS ACTIVIDADES DA LIGA:

No último fim de semana, realizou-se, no Rochoso, um retiro para as meninas mais velhas do Lar de Jovens.
O orientador foi o Pe Luís Vieira, que tem, além do Curso dos Seminários, outras formações específicas para ajudar a juventude. Como compõe música e toca e a gente nova está toda virada para estes valores, foi mesmo um fim de semana em cheio. Mas não pensem que passaram todo o tempo a cantar. Houve momentos fortes de silêncio e oração.
Havia um tema aglutinador que era, mais ou menos "a minha construção, como pessoa completa". E à volta deste, foram surgindo reflexões oportunas, diálogos, esclarecimento de dúvidas, etc.
Também as novas tecnologias imprimiram uma dinâmica muito especial às actividades.
As jovens terminaram, com tristeza, estes dias. A vontade era prolongá-los. Mas peso e medida são unidades a utilizar nestas circunstâncias, para que se fique com aptência para repetir, em vez de se atingir o ponto de saturação.
É uma das diferenças entre jovens e adultos. Aqueles querem tudo até ao exagero, enquanto que estes tendem para o equilíbrio.
De qualquer modo, foi bom e muito formativo.
No próximo ano, haverá mais!...

REUNIÃO DO CONSELHO GERAL, DA LIGA DOS SERVOS DE JESUS:

Ontem, dia 10 de Março, reuniu, pela primeira vez, este ano, o Conselho Geral, para, em conjunto, se tomarem algumas decisões pendentes. Claro que apenas as questões mais fáceis ficaram esclarecidas. Outras, que até seriam mais importantes, ficaram suspensas para reflexão, diálogo entre Conselheiras, Assistente e outros membros da Liga e assim continuarão, "in aeternum", uma vez que não se vislumbra qualquer solução.
É verdade que alguma coisa se fez, no anterior "mandato", para se melhorar a situação das comunidades. Mas, temos de admitir que, quem tem tomado as grandes decisões, é Deus, sempre que chega junto de alguém (desconhecemos se com ou sem diálogo prévio, pois tudo se passa entre Deus e a alma) e diz: "Vem para aqui, para onde já está a maior parte dos Servos!" E todas têm sido tão obedientes!...
É caso para reflectirmos sobre o grau de perfeição que a nossa obediência já atingiu e tentar melhorá-la um pouco, cada dia, para não acontecer que só estejamos prontas a obedecer a Deus, directamente, pois quem obedece à hierarquia, fá-lo ao próprio Deus.Notem que não estou a falar de desobediência de ninguém, que não tenho conhecimento de que tal esteja a acontecer, nem é da minha competência. O meu objectivo é lembrar o que se tem passado e pedir orações e reflexão para que possamos estar "quase" tão disponíveis para o que Deus quer de nós, como as Irmãs que têm ido para o céu, as quais, na sua maioria, já aqui praticavam a virtude da obediência, em grau heróico.
Entretanto, aproveito para lembrar que já aconteceu formação para funcionários, em S. Romão, na Figueira da Foz, no dia 27 de Fevereiro e no Fundão, no dia 03, p.p. Houve também um encontro de jovens, no dia 08, no Centro Apostólico, na Guarda.
Qualquer dos grupos se mostrou entusiasmado, mas sobretudo, os jovens, que anseiam por avançar para actividades práticas em que possam mostrar o que são capazes de fazer. Brevemente vão ser programadas pelos respectivos dinamizadores, a fim de lhes serem apresentadas.
Ficam, assim, a saber que, após o regresso de Angola, os responsáveis não têm estado inactivos. É que a missão é onde é necessária...
A vida continua e muito se faz que é, tão só, do conhecimento de Deus.
E é o mais importante!...

segunda-feira, 9 de março de 2009

AINDA O DIA UM DE MARÇO!

No Plano de Actividades da Liga dos Servos de Jesus, incluem-se formações para serem realizadas nas datas mais significativas, além de uma recolecção mensal que se concretiza, quase sempre, na chamada "Casa Mãe", no Rochoso.
Essas datas são, por exemplo, o dia em que se comemora a fundação da Liga, dia 11 de Fevereiro, o aniversário do nascimento do Senhor D. João, 1 de Março, e os feriados: 1 de Dezembro, uma espécie de preparação para a festa da Imaculada Conceição, padroeira da Liga e 1 de Maio, início do Mês de Maria.
Este ano, no dia 1 de Março, o Senhor Assistente e a Senhora Coordenadora Geral, recentemente chegados da visita à Comunidade de Angola e guardando na memória a alegria que pairou nos rostos das Missionárias pioneiras, durante a curta permanência ali, não conseguiam falar de outro assunto. As fotografias das pessoas e das maravilhosas paisagens foram organizadas, artisticamente, num PowerPoint e todos os presentes as puderam visualizar, deslumbrar-se e colocar as mais variadas questões, até satisfazerem plenamente a curiosidade, que mais parecia vontade de imprimirem às suas vidas o rumo missionário, não já rezando pelas missões, mas indo para o terreno a laborar.
Que pena Angola não ser logo ali!... Não faltariam voluntários...
Na segunda parte, a custo, lá deram a vez a S. Paulo, o missionário por excelência, que, ao ser interpelado por Jesus, se virou do avesso e, só então, é que ficou direito e deixou de fazer coisas erradas.
Parece mesmo que só lhe faltava um jeitinho e, logo que lhe foi proporcionado, deixou de estar contra Jesus e os seus seguidores e começou a pregá-l'O com mais excelência e sabedoria do que os outros Apóstolos, que já O vinham acompanhando e bebendo, directamente, na Fonte, que era Ele próprio. Foi mesmo um milagre! Como é que S. Paulo conseguia falar com tanta certeza e segurança?
É que Deus já o tinha escolhido, desde o ventre materno, e instruído devidamente. Faltava-lhe, apenas, o Certificado de Habilitações, para poder trabalhar, oficialmente, na verdadeira Via.
E isso aconteceu, nesse momento.
Grande S. Paulo! Havemos de andar um ano inteiro a falar dele e não esgotamos os ensinamentos que nos legou. MAL é, se não aprendemos nada. PIOR, ainda, se não aprendemos a viver a mensagem que ele nos quer transmitir!

DIA UM DE MARÇO!

Durante os anos que passei no Rochoso, a estudar a minha vocação, havia muitas festas. Celebravam-se todas as festas litúrgicas, com alguma solenidade, após preparação prévia na parte de explicação do mistério a comemorar e dos cânticos, que eram primorosamente ensaiados pelo Sr Pe Henriques, que afirmava, com santo orgulho, que a Eucaristia da Casa do Rochoso era das mais solenes da redondeza. Soube, entretanto, que o então capelão da Casa de Trabalho de Jesus Maria e José bebia, na Ordem Beneditina, o que nos transmitia e que nós aceitávamos, como se de um dogma se tratasse. Aprendíamos os salmos e todos os cânticos em latim, o que, actualmente, já caiu em desuso, a não ser nos conventos, onde ainda continuam a cantar-se.
Quando a Festa da Liga "calhava" na Casa do Rochoso, é que era trabalhar! Um ano, e penso que já não era a primeira vez, aprendemos uma missa em latim a oito vozes. E saímo-nos bastante bem!...
Nessas festas, na parte da tarde, havia também a chamada "sessão solene", na qual se apresentava o Relatório de Actividades do ano findo e o Plano de Actividades para o seguinte. Estas "coisas sérias" eram intercaladas com números recreativos/formativos, com canções, ou com a representação, ao vivo, das actividades exercidas pelas Servas Internas, no seu dia a dia. Uma vez, no Rochoso, eu representei uma Irmã a trabalhar numa Creche e declamei assim:
No berço, embalo filhos alheios,
Que, agora, é como se fossem meus;
Dou-lhes o leite, mágoas, receios,
Sinto-os, por eles, são meus, tomei-os,
Mas, se os adopto, quero-os de Deus!
Também no Rochoso, fiz de Semeador, aludindo ao Senhor D. João, enquanto as minhas colegas cantavam, a várias vozes, o seguinte:
Semeia o semeador a sua semente em largo campo
E espera vê-la produzir, como por encanto!
Lança à terra a sua semente
E espera vê-la crescer alegremente...
Semeia o semeador de olhos no futuro,
O fruto do seu labor será o trigo maduro!
O semeador, semeando num gesto largo, lançou
Boa semente, onde nunca germinou!
Voz: Depois de toda a semente à terra ter sido lançada, o semeador foi ver, se, no seu campo, ficou bem acondicionada...
Uma parte dela caiu junto ao caminho,
Quem, ao longo, passava inutilizava seu carinho...
As aves lá do céu em revoadas pelo ar,
Vendo brilhar o louro trigo, vieram-no, logo, arrebatar;
Outra parte caiu em pedregulhos sem amor,
Nunca se desenvolveu, não chegou até à flor...
Uma outra caiu somente em agudos abrolhos
E tudo secou naquele chão de inúmeros escolhos...
O Semeador sentia tristeza no coração,
Pois sabia que, à sua mesa, nunca chegaria este pão!
Porém, a da terra boa deu cento por um,
Como este trigal não há mais nenhum!
Quem semeia deve ter o coração cheio de fé,
Confiando que o fruto mora na alma de quem crê.
Noutra festa, realizada na Cerdeira, cantei, com mais algumas das chamadas "Servinhas", (era este o nosso nome, enquanto, nos preparávamos para servir, nesta ou noutra missão), o nosso dia a dia, naquela casa. Era esta a letra:
Sempre servir é o nosso ideal,
É muito honrosa a nossa missão,
De fazer Jesus amado,
E muito amado, pela multidão.
Crepita dentro do nosso peito,
Um grande amor, sempre fervente,
Porque queremos levar a Cristo
Todo o mundo, toda a gente.
Nós rezamos e sofremos,
Cosemos muita roupinha,
Estudamos as lições
E fazemos a cozinha;
Algumas já tocam órgão,
Também tratam dos porquinhos,
Depois lavam bem as mãos
E fazem uns bordadinhos.
Assim é preciso, para sermos alguém,
Sabermos de tudo, faz-nos muito bem;
Mas não esqueçamos,
Que todo o valor,
Do nosso trabalho
Está no AMOR!
Mas também havia lugar para as outras, não directamente ligadas à vivência religiosa, que não eram consideradas menos importantes.
Uma das festas mais vividas era, sem dúvida, o aniversário do Senhor D. João e da Senhora D. Alfreda. Perdeu em solenidade, após a partida do primeiro para o Pai, mas continuou a festejar-se.
Lá entrava a Eucaristia solenizada, um almoço quase requintado e a representação em palco.
Ainda nos anos do Senhor D. João e da Senhora D. Alfreda, uma vez fiz de Marta, uma cristã vingativa, que tratava mal as pessoas, mas acabei por me identificar com o fariseu do evangelho de S. Mateus e, com a leitura, em palco, dessa passagem, E, por fim, converti-me.
É por isso que o dia 1 de Março tem sempre um significado muito especial, para mim e para todas a que, nessa época, passaram pelo Rochoso.
O já referido Sr Pe Henriques não só nos ensaiava todos os cânticos que iam surgindo de novo, mas também nos proporcionava formação variada, que seria a actual catequese de adultos. Consistia em lições de Bíblia, de catecismos que existiam na altura, etc. Até éramos submetidas a testes escritos e orais. Por vezes, organizava concursos e prémios para quem acertasse nas questões colocadas, para nos incentivar, já que os temas requeriam algum estudo, para serem assimilados.
Como tudo mudou!...