segunda-feira, 29 de setembro de 2008

NOTAS SOBRE AS JORNADAS - 2º DIA

Jornadas Diocesanas de Pastoral: Actualidade de D. João de Oliveira Matos e de Monsenhor Alves Brás:

Da apresentação, do Pe Manuel Joaquim Geada Pinto, sobre D. João de Oliveira Matos, muito rica em informação, doutrina e exemplos práticos, retiramos:

O Senhor D. João sempre quis ser santo, mas não de altar. Daí que o processo de Beatificação possa não evoluir…

Método de trabalho: Conhecer, agir, aperfeiçoar…

Santos são não tanto os que se fazem santos, mas os que fazem santos à sua volta.

Referiu a plêiade de santos que já se encontram no céu, devido ao exemplo dado pelo Sr D. João e por eles seguido.

Lembrou o número de almas que se consagraram a Deus, de toda a diocese, na Liga ou em Instituições Religiosas e Seminários, fruto das Visitas Pastorais do Senhor D. João.

O que há de comum, entre o Sr D. João e Mons. Alves Brás:

O amor ao Santíssimo Sacramento
A Obra dos retiros
O início da Obra a partir de uma pequeníssima semente

O que faziam, com espírito de entreajuda:

Trabalho em colaboração
Partilha de experiências
Partilha de recursos humanos
Discernimento vocacional

O Pe Eugénio afirmou:

D. João é a suavidade; Mons. Brás é a exigência;
Mons. Brás orienta construções bem concebidas; D. João prefere dar resposta imediata às necessidades do momento;

Alguns pensamentos retirados de retiros, cartas….
Mons. Brás:

“Se Cristo tornou tudo tão suave e leve, não o tornemos nós pesado e insuportável”.
“O nosso semelhante tem 99 virtudes e um defeito e nós só vemos o defeito e ignoramos todas as virtudes. Que mesquinhez!”
“ O nosso zelo é em proporção do amor que temos a Deus. Grande zelo, grande amor; pouco zelo, tibieza”.
“Pode-se ficar sem comer, mas nunca sem rezar”.
“Quem é tíbio, nem frio, nem quente, tudo o que faz é sem fé”.
“Há almas que não se salvarão sem a vossa colaboração”.
Mons. Brás fez-se caminheiro com os mais fracos.

sábado, 27 de setembro de 2008

JORNADAS DIOCESANAS DE PASTORAL

Actualidade de D. João de Oliveira Matos e de Monsenhor Alves Brás:
Para informar a diocese, que já começa a esquecer algo que nela existe de muito importante, que é a realidade de dois "santos" contemporânios, seus filhos, e cujo processo de Beatificação está a decorrer, D. João de Oliveira Matos, Fundador da Liga dos Servos de Jesus e Monsenhor Alves Brás, Fundador do Instituto Secular das Cooperadoras da Família, este último já declarado Venerável, realizaram-se Jornadas sobre o Perfil, Vida e Obra dos referidos Servos de Deus, nos dias 26 e 27 do corrente mês de Setembro, no Centro Apostólico D. João de Oliveira Matos, na cidade da Guarda.
Foram assaz numerosos os membros de ambas as obras a frequentar estes trabalhos. Também outros diocesanos, colaboradores de Párocos, ou pertencentes a movimentos da Igreja deram prova de interesse em aprofundar os seus conhecimentos. Os insignes oradores convidavam à afluência e ninguém se sentiu desiludido. Registamos alguns: Pe Vitor Feytor Pinto, Monsenhor Arnaldo Cardoso, ilustre Postulador da Causa de Beatificação dos dois Servos de Deus, D. Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda e Superior Geral da Liga dos Servos de Jesus, Pe Manuel Joaquim Geada Pinto, Director do Amigo da Verdade, jornal semanário, criado por D. João de Oliveira Matos, e Responsável da Escola Regional Dr José Dinis da Fonseca, do Outeiro de São Miguel e, de todos, o que mais de perto e durante mais tempo privou com o então Bispo Auxiliar, a Coordenadora Geral da LSJ, a Directora do ISCF e outros.
Chegou-se à conclusão que os dois "santos" tinham muita coisa em comum, colaboravam um com o outro e talvez pedissem conselho um ao outro. Porque fundaram duas Obras diferentes é que já está nos mistérios de Deus, mas também se sabe que cada uma tem a sua especificidade.
"É preciso que Jesus reine!" e "Mãos no trabalho, coração em Deus" não são lemas de conteúdos divergentes, mas vias que conduzem à mesma meta.
O primeiro dia culminou com a Eucaristia, concelebrada na chamada Casa de Santa Zita. Houve, mais tarde, uma hora de Adoração na Sé Catedral. No segundo, fez-se o encerramento, também com a Eucaristia, concelebrada por menos sacerdotes (pois era sábado e havia celebrações dominicais antecipadas), no Outeiro de São Miguel, junto do túmulo de D. João.
Após o final da celebração, viram-se numerosas pessoas caminhar para o túmulo, balbuciar orações e tocar na pedra que encerra os restos mortais daquele que se sabe ser santo, embora a Igreja ainda o não tenha declarado publicamente.
Voltaremos a falar destas Jornadas.


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

FESTA ANUAL DA LIGA DOS SERVOS DE JESUS-HOMILIA DO SENHOR D. MANUEL FELÍCIO


Dia 29 /08/2008
1.
Reunimo-nos, mais uma vez, este ano, na acolhedora Vila de Manteigas, para celebrar a Festa anual da Liga dos Servos de Jesus.
Nesta data, ao mesmo tempo que comemoramos 46 anos passados sobre a partida para o Pai do Fundador, D. João de Oliveira Matos, situamo-nos diante do martírio de S. João Baptista que em muito nos pode ajudar na retoma de entusiasmo por viver o carisma da Liga dos Servos de Jesus.
É com este espírito de quem deseja regressar às fontes inspiradoras de vida autenticamente profética, dos membros da Liga, que nós desejamos celebrar a nossa Festa Anual. Uma festa que já começou ontem e se prolongou toda a noite, centrada na adoração ao SS.mo Sacramento, sem dúvida, uma das notas mais dominantes da vida do Fundador e aquela que mais identifica a vida das comunidades da Liga. Festa que tem nesta celebração Eucarística o seu momento central mais importante e se vai desenvolver durante parte significativa da tarde deste dia. Uma Festa que todos nós desejamos aproveitar para mergulhar, o mais profundamente possível, nas fontes da espiritualidade e do Carisma da Liga dos Servos de Jesus, partindo do princípio que o Fundador foi um profeta e desejou a obra da Liga para manter bem acesa, principalmente no coração da nossa Diocese, a chama do profetismo renovador das pessoas e das comunidades.
2.
E, por isso, em primeiro lugar, vamos voltar a nossa atenção para um grande profeta que a Liturgia de hoje nos apresenta, também, como exemplo, para conduzirmos a nossa vida na fidelidade a Jesus Cristo e a tudo o que Ele quer para a Igreja e para a sociedade de hoje. Como sabemos, profeta é todo aquele ou aquela que anuncia as maravilhas de Deus, mas também corajosamente denuncia todos os erros que se lhe opõem. Foi o que fez S. João Baptista. Anunciou as maravilhas de Deus, a começar pela primeira grande maravilha que foi a Encarnação do Verbo, no seio de Maria; baptizou Jesus Cristo; apontou aos seus próprios discípulos a pessoa de Cristo; soube apagar-se para deixar que as pessoas se voltassem para a verdadeira Luz que é Cristo, único Salvador do Mundo. Mas quando se tratou de denunciar os erros da vida irregular e escandalosa de Herodes, também não se calou. Esta sua atitude corajosa custou-lhe, primeiro, a prisão e, depois, o sacrifício da própria vida. Na verdade, é essa a sorte dos profetas. Foi a sorte de João Baptista, mas já tinha sido antes a sorte de outros profetas como foi o caso de Jeremias, como hoje nos é referido na primeira leitura. Uma certeza acompanha sempre o profeta que corajosamente se coloca do lado de Deus para serviço da comunidade e da própria sociedade. Essa certeza é a do conforto espiritual que nunca lhe faltará para o desempenho da sua missão.
3.
Ser profeta é uma missão muito importante na vida da Igreja que existiu ontem, precisa de existir hoje e nunca deixará de existir, por graça de Deus. Essa missão é a missão de todos os discípulos de Cristo aos quais está confiado o encargo de viver e anunciar o Evangelho na sua verdade total, sem esconder os aspectos e propostas de vida evangélicos, que mais marcam a diferença em relação à mentalidade e aos comportamentos comuns dos homens e mulheres do nosso tempo. Também este é o profetismo, a missão profética confiada à Liga dos Servos de Jesus, pelo Fundador, missão profética que hoje, mais do que nunca, nos está a ser pedida pela Igreja e pelo próprio mundo. Ao interrogarmo-nos sobre a missão profética que hoje nos é confiada para serviço da Igreja e do mundo, neste dia de Festa, é bom recordar a grande intuição do Fundador, D. João de Oliveira Matos. Ele desejou que toda a nossa Diocese fosse atravessada por uma grande rede constituída por homens e mulheres, dedicados à vivência da Fé e à formação da mesma Fé. Este grandioso projecto, voltado para a Evangelização e a vivência da Fé em todas as nossas comunidades, entendeu ele, e bem, que deve assentar numa forte espiritualidade, sobretudo eucarística. Por isso, as comunidades da Liga espalhadas pela Diocese hão-de ser focos de forte vivência espiritual e também de aprofundamento da Fé, principalmente empenhados em mobilizar os ambientes para a mesma causa.
Sendo assim e para cumprirem as verdadeiras intenções do Fundador, as nossas comunidades têm de ser, hoje, principalmente, escolas de espiritualidade e escolas de formação na Fé, capazes de identificar nos distintos lugares e ambientes, as pessoas com capacidade para entrar nesta grande rede de serviço evangelizador, acolhê-las, motivá-las, prepará-las e acompanhá-las. Para cumprir esta sua importante missão na vida da Diocese, as comunidades da Liga têm de se abrir mais aos meios onde estão situadas, têm de ser mais acolhedoras das pessoas, têm de ir mais ao encontro das pessoas para as conhecer, e descobrir as que têm mais capacidades e, depois, motivá-las a participarem com entusiasmo na obra maravilhosa da Evangelização. Isto é o que, de facto, a Igreja e o mundo nos pedem para assumirmos corajosamente a nossa responsabilidade missionária. É também essa responsabilidade missionária que nos recordam as nossas três irmãs que, no passado dia 11 deste mês, depois de uma celebração de envio junto ao túmulo do Senhor D. João de Oliveira Matos, no Outeiro de São Miguel, partiram em missão «ad gentes» para a diocese de Sumbe, em Angola. A Maria da Conceição Alpendre, a Maria Alcide de Sousa e a Maria Ascensão Alpendre são, de facto, nesta hora e para todos nós, um apelo vivo de Deus a vivermos a nossa vida pessoal e em comunidade, inteiramente subordinada à responsabilidade de evangelizar e, em particular, a responsabilidade de contribuirmos para que a nossa Diocese se organize mais e se prepare para a missão evangelizadora. Era também essa a vontade do Senhor D. João de Oliveira Matos, quando imaginou, e, em grande medida, criou, uma autêntica rede capilar, estendida por toda a Diocese e animada pela Liga dos Servos de Jesus, com o grande objectivo de fazer de cada comunidade paroquial ou outra, uma comunidade viva de fé e de apostolado. Esperamos todos que o Congresso Diocesano, agendado para os próximos dias 26 e 27 de Setembro, na Guarda, com o qual desejamos por em andamento o novo ano pastoral, nos ajude a perceber estas e outras intuições pastorais do nosso Fundador que em muito podem continuar a contribuir para a renovação pastoral da nossa Diocese. Por tudo o que acabamos de dizer, facilmente concluímos que as comunidades da Liga dos Servos de Jesus não existem por causa de si mesmas e muito menos por causa das irmãs que as habitam. Elas existem para cumprir a missão de organizar e animar a grande rede dos evangelizadores, que hão-de contribuir para revitalizar, pastoralmente, a nossa Diocese e, se possível, irem mais longe, para além das fronteiras da nossa Diocese, como está a acontecer com o grupo das irmãs que acabam de partir para Angola.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

FESTA DA LIGA



Tal como estava previsto, realizou-se a Festa da Liga dos Servos de Jesus, em Manteigas, no dia 29 de Agosto, dia em que a Igreja celebra o martírio de São João Baptista e nós lembramos a partida para o Pai, do nosso Santo Fundador, D. João de Oliveira Matos, que também foi mártir em muitos sentidos.
Este dia foi precedido de uma véspera rica, do ponto de vista espiritual, já que, como é hábito, houve a vigília de oração reparadora, de louvor e acção de graças e também de súplica, o que nos ocorre mais naturalmente, porque, embora não saibamos pedir como convém, estamos sempre a dirigir súplicas a Deus, e, por vezes, de uma forma pouco reflectida. Enfim, Deus já nos conhece.
Foi na Igreja de S. Pedro que a vigília teve início. Os Párocos, Pe Francisco Gralha e Pe Joaquim Sampaio, aos quais a Liga agradece encarecidamente, ajudados pelo coro paroquial, apresentaram-nos a prova concreta e evidente de que não há limite de idade para rezar e fazer sacrifício. Ali se mantiveram firmes e disponíveis, até ao momento da procissão do Santíssimo, à qual presidiram, e na qual, o Senhor do mundo se deixou transportar para a capela da comunidade das Irmãs da Liga dos Servos de Jesus, que ali acompanham as crianças que lhes são confiadas e às quais procuram proporcionar o lar, o pão e a educação a que têm direito.
A procissão do Santíssimo foi um ponto alto a registar, nesta noite de oração.
As comunidades da Liga asseguraram a adoração permanente, em qu
atro turnos: das 24:00 às 02:00; das 02:00 às 04:00; das 04:00 às 06:00 e das 06:00 às 08:00, hora em que se entoou o Te Deum, hino de louvor por excelência. Irmãs houve, e sacerdotes também, que ali se mantiveram durante toda a noite. De facto, é importante que cada um se consciencialize daquilo que Deus lhe pede, em cada momento. Deus quer que rezemos sempre, sem nunca desfalecer, mas S. Paulo lembra: "quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus". É preciso estar atento!...
Às 11:00h, teve início a celebração Eucarística, na

Igreja de Santa Maria. Presidida pelo bispo da Guarda, D. Manuel Felício, Superior Geral da Liga, concelebrada por mais três bispos, D. António dos Santos, bispo emérito da Guarda; D. Albino Cleto, natural de Manteigas, bispo da diocese de Coimbra; D. Diamantino, natural de Manteigas, mas a trabalhar no Brasil; e alguns sacerdotes, os que puderam dispor de tempo para se unirem a nós, Liga, e rezarem connosco. O nosso "Bem haja!", a cada um. Foi ainda participada por numerosos fiéis, além do grupo de Servas Internas e Servos Externos, representantes dos diferentes núcleos já organizados.
A Eucaristia foi solenizada pelo coro da Sé, da Guarda, cujo responsável é o Pe José Geada, que não dá tréguas e tem os cânticos sempre prontos a sair. A maioria dos cânticos, com os quais a cerimónia foi abrilhantada, são da autoria do Pe Joaquim Parente, mais um filho de Manteigas, que enriqueceu o espólio musical da Igreja. Deus deu-lhe o dom da música, Deus foi louvado por meio dos cânticos por si criados e o Pe Joaquim Parente foi homenageado, porque soube fazer render o talento com que Deus o presenteou.
Na homilia, o Sr D. Manuel fez o paralelo entre São João Baptista e os profetas actuais. Qualquer profeta tem a missão de anunciar e de denunciar. Herodes sabia que João estava na verdade, quando lhe apontava os erros, mas faltava-lhe a força do Alto para se libertar deles. Ficou perturbado, ao ter de cumprir a promessa que, irreflectidamente, tinha feito, em público e com juramento...

Lembrou as nossas missionárias, cujos nomes referiu, acrescentando que estão a adaptar-se e ansiosas por evangelizar.
Nesse momento, ocorreu-me aconselhá-las a anunciar o Reino de Deus de todas as formas possíveis, "a tempo e fora de tempo, admoestando, exortando ...", mas para denunciar é necessário ter muito cuidado, muita diplomacia, ser prudente, conhecer bem o terreno que se pisa, pois parece-me que ainda não atingiram o grau de santidade de S. João Baptista. Mas quem sabe? Não será um juízo sem fundamento?
A Eucaristia prosseguiu. Após a bênção, foi cantado, com entusiasmo, o Hino da Liga.
Seguiu-se um almoço convívio, muito frequentado.

Pelas 15:00 h, todos se reuniram num salão do primeiro andar, já preparado para o efeito e foi apresentado o Relatório de Actividades da Liga, desde a última Festa, que foi em Setembro de 2007. Pode afirmar-se que foi um ano rico em encontros de formação para os dois ramos dos Servos de Jesus.
O senhor Pe Alfredo Pinheiro Neves apresentou, oficialmente, o livro "Escritos Espirituais" revisitados, textos escritos por D. João de Oliveira Matos, no "Amigo da Verdade" e em cartas partic
ulares, entre 1927-1938. O livro andava já a circular, desde o dia 25 de Julho, dia do 85º aniversário da sagração episcopal do Senhor D. João. Entre as várias informações apresentadas, a respeito deste livro, destaco uma que me falou mais particularmente: "o livro é um hino à simplicidade..." do Fundador da Liga dos Servos de Jesus.
Outro livro sobre os escritos do Senhor D. João foi apresentado pelo Assistente da Liga, mas este ainda não está concluído.
Ouvimos, a seguir, a palavra do Senhor bispo, D. Manuel Felício.
As meninas educandas da Casa de Cristo Rei apresentaram um número alusivo à pesca milagrosa e declamaram alguns pensamentos extraídos dos escritos do Senhor D. João. Finalmente, foram interpretadas duas cantatas, uma com letra do Pe Moreira das Neves e música do Pe Manuel Geada e outra com letra e música do Pe Manuel Geada. E a sessão terminou por aqui. Todos regressaram às suas casas mais enriquecidos, porque tinham experienciado um dia de oração e partilha mútua.
Cremos que Deus também se sentiu feliz, pois a família dos Servos de Jesus, que também é a sua, reuniu-se para O louvar.